AGORA É GREVE!

Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!

NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS


GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!

07 outubro, 2009

Banco mata: um suicídio a cada 20 dias entre bancários

Reportagem publicada no site da UnB (www.unb.br [3]) mostra
resultados impressionantes de uma pesquisa entre bancários: em 10
anos, 181 pessoas que trabalhavam em bancos tiraram a própria vida.

Pressão e assédio moral estão entre as causas. Leia, a seguir, a
íntegra da reportagem.

Secretaria de Comunicação da UnB - Lorena Castro
Pesquisa inédita da UnB revela que, entre 1996 e 2005, 181
bancários cometeram suicídio. Uma média de um suicídio a cada 20
dias, segundo informações reunidas pelo Ministério da Saúde.

“Eu quis verificar se um fator social – as pressões no ambiente
de trabalho – poderia contribuir para desencadear transtornos
mentais de tal gravidade que as pessoas perdiam a vontade de
viver”, explica Marcelo Finazzi, mestre em Administração pela UnB
e autor da dissertação Patologia da Solidão: o suicídio de
bancários no contexto da nova organização do trabalho.

Dados obtidos junto a um grande banco mostraram que, entre 1995 e
2008, 32% dos afastamentos de bancários decorreram de doenças do
tecido músculo esquelético, como as Ler/Dorts, transtornos
diretamente correlacionados com problemas da organização do
trabalho. Outros 23% apresentaram transtornos mentais. Outro estudo,
encomendado por entidades de classe dos bancários em 2006,
demonstrou que aproximadamente 18 mil profissionais do país sofriam,
à época, ideação suicida (vontade de tirar a própria vida).

Marcelo associa a taxa de suicídios e doenças do trabalho às
transformações ocorridas no mercado financeiro a partir da década
de 1990. No período, 430 mil bancários foram demitidos no Brasil.

Se antes os bancos tinham lucros com a inflação, após 1995 o papel
do bancário mudou. “Ele passa a ser vendedor e consultor. As
cobranças se acentuaram”, afirma. O vínculo estabelecido entre as
empresas e o trabalhador muda bruscamente e passa a ser o de
submissão.

ASSÉDIO MORAL - “As pessoas que antes faziam carreira nos bancos
e se aposentavam nas empresas se deparam com um contexto em que seus
empregos não estão mais garantidos”, declara o pesquisador. O
custo para o trabalhador foi muito alto. Ele foi convidado a ser dono
da própria carreira, em nome do lucro. Além de pressão por causa
das demissões, começaram as violências, como as múltiplas formas
de assédio moral.

Marcelo entrevistou ainda quatro bancários que estavam afastados
do trabalho por conta de sérios transtornos mentais e a família de
uma pessoa que se suicidou por razões profissionais. As perguntas
tratavam de vivências positivas e negativas no trabalho. “Não
queria tocar de imediato no suicídio, porque poderia induzi-los, mas
eles estavam cientes das perguntas sobre temas difíceis. Consegui a
confissão espontânea dos entrevistados”, reforça.

Os entrevistados e a família do suicida manifestaram, por conta
própria, a correlação entre as violências vivenciadas no trabalho
e a vontade de morrer. Segundo Marcelo, o suicídio é um assunto
demasiadamente complexo para se fazer simples conexões lineares.

“O trabalho apareceu como fator importante, mas não podemos
descartar outros fatores, como questões genéticas, familiares,
econômicas e sociais”, disse.

Para o autor, o estudo indica a necessidade de humanização das
relações de trabalho nas empresas. “Falta o cumprimento da
legislação trabalhista, metas de produção condizentes com a
capacidade física e psicológica dos funcionários, assim como o
treinamento dos gestores para lidar com os conflitos. O suicídio tem
sido o desfecho trágico de muitos trabalhadores que sucumbem às
violências do trabalho”, conclui.

Marcelo Finazzi é graduado e mestre em Administração na UnB.

Um comentário:

Anônimo disse...

minha solidariedade a todos que se recuperam da sequelas do assédio moral, sofri algo semelhante que me rendeu uma depressão de 2 anos e até hoje luto contra as sequelas que muitas vezes parecem ser incapacitantes, mas vou vencer, luz, esperança, justilça e força para todos que passam por isso, realmente nenhum dinheiro no mundo compensa os prejuizos na alma, mas ajuda.