Depois de se esconder, sem êxito, atrás da mesa única de negociação da Fenaban para impor um acordo rebaixado, agora apela para o dissídio para tentar acabar com o movimento. Com uma greve mais forte dos últimos anos, o discurso de banco social desaba ao não atender as reivindicações dos empregados e não investir numa melhor estrutura do banco para atender melhor a população que enfrenta horas nas filas.
O setor que, mesmo com a crise, foi disparado o que mais lucrou na economia e que, vale salientar, paga a folha de pagamento somente com 60% das tarifas, as mais altas do setor, tem condições de repor as reais perdas dos bancários e atender as reivindicações específicas como o PCF (plano de Cargos e Funções).
Também há que atender as demandas dos empregados e estabelecer o fim das metas, a contratação de mais bancários para acabar com o assédio moral e melhorar as condições de saúde e trabalho. Com o fim da terceirização da retaguarda nas agências e com a implantação de projetos como o PAC e “minha casa, minha vida”, o volume de trabalho aumentou drasticamente. Com isso, tenta ajudar os amigos empreiteiros, fazer política populista e caixa para o projeto Dilma 2010.
Estas são as principais reivindicações específicas:
· PCF já! 6 horas sem redução de salário
. Aumento no quadro de empregados
· Isonomia: licença-prêmio e ATS para todos
· Reposição das perdas
· Não compensação dos dias da greve. Nenhuma punição!!!
Greve continua !
O movimento completa 23 dias nesta sexta-feira, 16. Em SP e outras cinco regiões com prédios da CETEL (centro de tele atendimentos) que tem um número expressivo de terceirizados, amanheceram fechados numa crescente radicalização do movimento.
A greve segue forte em todos os 26 estados e no Distrito Federal, entre elas Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Ceará, Florianópolis, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará/Amapá, , Maranhão, Piauí, Goiás, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe, Alagoas, Acre, Campo Grande (MS), Bauru (SP) e Santos (SP).
MNOB - Movimento Nacional de Oposição Bancária
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Capital de bancos cresce R$ 24 bi
11:19h 16.10.09 - Valor Econômico - Cristiane Perini Lucchesi
Os analistas acreditam que é só o começo. No curto espaço de três semanas, bancos brasileiros aumentaram o seu patrimônio em R$ 24 bilhões, algo de proporções nunca antes vistas no Brasil em tão pouco tempo. O capital a mais vai possibilitar, segundo cálculos conservadores, um aumento de até R$ 190 bilhões no crédito.
Parece muito. Mas é pouco mais que a metade dos R$ 350 bilhões de aumento previsto no saldo do crédito total em 2010 por Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban, a federação que reúne os bancos. Ele calcula que o estoque chegará a R$ 1,4 trilhão no final deste ano. Segundo Sardenberg, os bancos têm revisado para cima suas projeções para o aumento das carteiras neste ano e em 2010 e faz sentido que se preparem para uma expansão em seus ativos se abastecendo de mais capital.
"Veremos novas emissões de ações e de papéis de dívida subordinada dos bancos, sem dúvida", avalia. "A liquidez disponível para o país é grande e parece razoável que nos aproveitemos dela", diz.
"Os bancos estão atiçados não apenas pela oferta de ações do Santander", diz a vice-presidente da Moody 's Maria Celina Vansetti-Hutchins. Segundo ela, instituições passaram a avaliar uma captação externa depois da demanda "assustadora" de US$ 14 bilhões pelos papéis perpétuos (sem vencimento final) do Banco do Brasil, de dívida subordinada de nível 1, que entra como capital no balanço do banco e só não é mais arriscada do que uma ação.
Segundo ela, os maiores bancos privados estão com espaço em seus balanços para ampliar o crédito e passaram pelos testes de estresse feitos pela Moody's com tranquilidade. Mas, dada as perspectivas de crescimento econômico e de ampliação dos investimentos, podem se capitalizar agora pensando no longo prazo.
O Banco do Brasil tem planos de emitir ações e o presidente Lula até já ampliou a possibilidade de participação dos estrangeiros no capital da instituição financeira para permitir o movimento. O banco, que vem cumprindo papel determinante na política do governo federal de manutenção dos níveis de crédito, comprou a Nossa Caixa e participação de 49,99% do capital votante e 50,00% do capital do Banco Votorantim. Logo precisaria de mais capital. Optou por ir ao mercado e levantar US$ 1,5 bilhão, fazendo crescer seu índice de capitalização (o Basileia, que mede o grau de alavancagem por meio da relação entre o patrimônio líquido e os ativos ponderados pelo risco) de 16% para 20%. Agora, o mercado espera que o Votorantim lance papéis de dívida subordinada.
A Caixa Econômica Federal, que também tem papel preponderante na política de crédito do governo federal, viu seu índice de alavancagem cair de 20,63% no final do ano passado para algo próximo a 16%. Agora, após a injeção de R$ 6 bilhões por meio de títulos de dívida subordinada do Tesouro, calcula que vá voltar para níveis em torno de 20%.
O Tesouro Nacional, que no final do mês passado completou a injeção de R$ 100 bilhões no BNDES, tem optado agora pela capitalização por meio de títulos e não ações, para evitar um aumento na dívida líquida do setor público. Para Sardenberg, no entanto, mesmo dessa forma o Tesouro não vai poder ampliar o capital de seus bancos indefinidamente, por causa do impacto na dívida mobiliária.
"O mercado de capitais será fundamental para o financiamento do crescimento do Brasil", avalia. Foi no mercado de ações interno que o Santander conseguiu R$ 14,1 bilhões, elevando o seu índice de alavancagem de 17% no final do segundo semestre para 18,1% estimados pelo HSBC.
Já o Bradesco captou US$ 750 milhões em títulos de dívida subordinada nível 2, um pouco menos arriscada para o investidor do que a nível 1, e elevou seu índice de capitalização de 17% para 17,4%. O banco calcula que, antes da emissão, tinha espaço para ampliar o crédito em R$ 200 bilhões. Agora, tem espaço para emprestar R$ 215 bilhões. Segundo Norberto Barbedo, vice-presidente, os títulos rolam dívida subordinada que vence no início de 2010. O concorrente Itaú estava com Basileia de 16,9% no final do primeiro semestre. O mínimo exigido pelo BC é de 11%.
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