AGORA É GREVE!

Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!

NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS


GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!

16 outubro, 2009

Caixa ajuíza dissídio no TST e acirra greve


No dia de ontem a direção da Caixa Econômica Federal, por orientação do governo Lula, ajuizou o dissídio coletivo no TST. Com uma forte paralisação nacional e sem avançar nas propostas, a empresa aposta no Tribunal para sair do impasse que ela mesma criou.
Depois de se esconder, sem êxito, atrás da mesa única de negociação da Fenaban para impor um acordo rebaixado, agora apela para o dissídio para tentar acabar com o movimento. Com uma greve mais forte dos últimos anos, o discurso de banco social desaba ao não atender as reivindicações dos empregados e não investir numa melhor estrutura do banco para atender melhor a população que enfrenta horas nas filas.

O setor que, mesmo com a crise, foi disparado o que mais lucrou na economia e que, vale salientar, paga a folha de pagamento somente com 60% das tarifas, as mais altas do setor, tem condições de repor as reais perdas dos bancários e atender as reivindicações específicas como o PCF (plano de Cargos e Funções).
Também há que atender as demandas dos empregados e estabelecer o fim das metas, a contratação de mais bancários para acabar com o assédio moral e melhorar as condições de saúde e trabalho. Com o fim da terceirização da retaguarda nas agências e com a implantação de projetos como o PAC e “minha casa, minha vida”, o volume de trabalho aumentou drasticamente. Com isso, tenta ajudar os amigos empreiteiros, fazer política populista e caixa para o projeto Dilma 2010.


Estas são as principais reivindicações específicas:
· PCF já! 6 horas sem redução de salário
. Aumento no quadro de empregados
· Isonomia: licença-prêmio e ATS para todos
· Reposição das perdas
· Não compensação dos dias da greve. Nenhuma punição!!!

Greve continua !

O movimento completa 23 dias nesta sexta-feira, 16. Em SP e outras cinco regiões com prédios da CETEL (centro de tele atendimentos) que tem um número expressivo de terceirizados, amanheceram fechados numa crescente radicalização do movimento.
A greve segue forte em todos os 26 estados e no Distrito Federal, entre elas Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Ceará, Florianópolis, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará/Amapá, , Maranhão, Piauí, Goiás, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe, Alagoas, Acre, Campo Grande (MS), Bauru (SP) e Santos (SP).
 

MNOB - Movimento Nacional de Oposição Bancária

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Capital de bancos cresce R$ 24 bi
11:19h 16.10.09 - Valor Econômico - Cristiane Perini Lucchesi


Os analistas acreditam que é só o começo. No curto espaço de três semanas, bancos brasileiros aumentaram o seu patrimônio em R$ 24 bilhões, algo de proporções nunca antes vistas no Brasil em tão pouco tempo. O capital a mais vai possibilitar, segundo cálculos conservadores, um aumento de até R$ 190 bilhões no crédito.  
Parece muito. Mas é pouco mais que a metade dos R$ 350 bilhões de aumento previsto no saldo do crédito total em 2010 por Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban, a federação que reúne os bancos. Ele calcula que o estoque chegará a R$ 1,4 trilhão no final deste ano. 
Segundo Sardenberg, os bancos têm revisado para cima suas projeções para o aumento das carteiras neste ano e em 2010 e faz sentido que se preparem para uma expansão em seus ativos se abastecendo de mais capital. 
"Veremos novas emissões de ações e de papéis de dívida subordinada dos bancos, sem dúvida", avalia. "A liquidez disponível para o país é grande e parece razoável que nos aproveitemos dela", diz. 
"Os bancos estão atiçados não apenas pela oferta de ações do Santander", diz a vice-presidente da Moody 's Maria Celina Vansetti-Hutchins. Segundo ela, instituições passaram a avaliar uma captação externa depois da demanda "assustadora" de US$ 14 bilhões pelos papéis perpétuos (sem vencimento final) do Banco do Brasil, de dívida subordinada de nível 1, que entra como capital no balanço do banco e só não é mais arriscada do que uma ação. 
Segundo ela, os maiores bancos privados estão com espaço em seus balanços para ampliar o crédito e passaram pelos testes de estresse feitos pela Moody's com tranquilidade. Mas, dada as perspectivas de crescimento econômico e de ampliação dos investimentos, podem se capitalizar agora pensando no longo prazo. 
O Banco do Brasil tem planos de emitir ações e o presidente Lula até já ampliou a possibilidade de participação dos estrangeiros no capital da instituição financeira para permitir o movimento. O banco, que vem cumprindo papel determinante na política do governo federal de manutenção dos níveis de crédito, comprou a Nossa Caixa e participação de 49,99% do capital votante e 50,00% do capital do Banco Votorantim. Logo precisaria de mais capital. Optou por ir ao mercado e levantar US$ 1,5 bilhão, fazendo crescer seu índice de capitalização (o Basileia, que mede o grau de alavancagem por meio da relação entre o patrimônio líquido e os ativos ponderados pelo risco) de 16% para 20%. Agora, o mercado espera que o Votorantim lance papéis de dívida subordinada. 
A Caixa Econômica Federal, que também tem papel preponderante na política de crédito do governo federal, viu seu índice de alavancagem cair de 20,63% no final do ano passado para algo próximo a 16%. Agora, após a injeção de R$ 6 bilhões por meio de títulos de dívida subordinada do Tesouro, calcula que vá voltar para níveis em torno de 20%. 
O Tesouro Nacional, que no final do mês passado completou a injeção de R$ 100 bilhões no BNDES, tem optado agora pela capitalização por meio de títulos e não ações, para evitar um aumento na dívida líquida do setor público. Para Sardenberg, no entanto, mesmo dessa forma o Tesouro não vai poder ampliar o capital de seus bancos indefinidamente, por causa do impacto na dívida mobiliária. 
"O mercado de capitais será fundamental para o financiamento do crescimento do Brasil", avalia. Foi no mercado de ações interno que o Santander conseguiu R$ 14,1 bilhões, elevando o seu índice de alavancagem de 17% no final do segundo semestre para 18,1% estimados pelo HSBC. 
Já o Bradesco captou US$ 750 milhões em títulos de dívida subordinada nível 2, um pouco menos arriscada para o investidor do que a nível 1, e elevou seu índice de capitalização de 17% para 17,4%. O banco calcula que, antes da emissão, tinha espaço para ampliar o crédito em R$ 200 bilhões. Agora, tem espaço para emprestar R$ 215 bilhões. Segundo Norberto Barbedo, vice-presidente, os títulos rolam dívida subordinada que vence no início de 2010. O concorrente Itaú estava com Basileia de 16,9% no final do primeiro semestre. O mínimo exigido pelo BC é de 11%.

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