AGORA É GREVE!

Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!

NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS


GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!

26 janeiro, 2006

DENÚNCIA PÚBLICA: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL FEZ MUDANÇAS QUE PENALIZARÃO OS FUNCIONÁRIOS E A POPULAÇÃO

A Caixa Econômica Federal promoveu recentemente mudanças que pioram muito a vida dos seus funcionários e o atendimento à população, principalmente a população mais pobre. A mudança prevê a redução na quantidade de caixas para atender a população, entre elas a agência Mogi das Cruzes que antes poderia atender com até nove caixas e agora não pode ter mais de cinco, além de determinar o aumento nas atribuições dos novos caixas que, com a mudança, acumulam a função de "vendedor" dos produtos da Caixa, ou seja, os poucos caixas serão mais pressionados a perder mais tempo para convencer a população a comprar os produtos da Caixa. Se antes a Caixa já cobrava abusivamente o cumprimento de metas de vendas a seus funcionários e muitas vezes os próprios funcionários se viam obrigados a comprar produtos da empresa, agora, com essa tarefa obrigatória, os gerentes menos sensíveis se sentirão muito mais a vontade e com mais autoridade para fazer tal exigência dos caixas, tendo os mesmos, com as mudanças, o poder de tirá-los da função a qualquer momento. Com isso só a população e os funcionários são prejudicados, enquanto a Caixa continuará aumentando cada vez mais seus já altos lucros as custas do sofrimento dos trabalhadores. É necessário que a população junte forças à luta dos funcionários para pressionar a Caixa Econômica Federal que é subordinada ao governo Lula, que deveria fazer um governo para os trabalhadores, a aumentar o número de funcionários, barrar a redução do número de caixas imposta pela empresa, melhorar as condições de trabalho e de salários dos funcionários para um melhor atendimento à população, com menos filas. A população pode protestar de diversas formas, entre elas, pode ligar para 0800 574 74 74 e deixar o seu protesto, fazer a sua reclamação.
ATENDIMENTO AGENDADO
(o que os olhos não vêem o coração não sente)
Outra mudança que também em nada beneficia a população mais pobre é a implantação do atendimento agendado por telefone. Enquanto a população pobre continua tendo que enfrentar as grandes filas, os clientes ricos continuam tendo atendimento de primeira. Com isso a Caixa evita que a população mais pobre, nas filas do dia a dia, veja com seus próprios olhos a discriminação que é o atendimento preferencial aos mais ricos que antes era feito à vista de todos.

Oposição Bancária Mogi das Cruzes e Região: e-mail - oposicaobancariamogi@yahoo.com.br

Pura matemática

Se um correntista tivesse depositado R$ 100,00 (Cem Reais) na poupanca num banco, no dia 1o de julho de 1994 (data de lancamento do real), ele teria hoje na conta a fantastica quantia de R$ 374,00 (Trezentos Setenta e Quatro Reais). Se esse mesmo correntista tivesse sacado R$ 100,00 (Cem Reais) no Cheque Especial, na mesma data, teria hoje uma divida de R$ 139.259,00 (Cento e Trinta e Nove Mil e Duzentos Cinquenta e Nove Reais), no mesmo banco. Ou seja: com R$ 100,00 do Cheque Especial, ele ficaria devendo 9 Carros Populares, e com o da poupanca, conseguiria comprar apenas 4 Pneus. Nao e a toa que o Bradesco teve quase: R$ 2.000.000.000,00 (Dois Bilhoes de Reais) de lucro liquido somente no 1o semestre de 2005, seguido de perto do Itau e etc... Da para comprar um outro banco por semestre! E os Juros Exorbitantes dos cartoes de credito? VISA cobra 10,40 % ao Mes CREDICARD cobra 11,40 % ao Mes. Em contrapartida a POUPANCA oferece 0,79 % ao Mes. FIQUE DE OLHO!

Presidente da Caixa responderá por fraude

JB Online - Presidente da Caixa responderá por fraude

22 janeiro, 2006

TRIBUTO AOS QUE LUTAM CONTRA O CAPITALISMO

É mais do que merecido um tributo aos que verdadeiramente dedicam suas vidas à luta por um mundo mais justo para a maioria, e não para a minoria como o é hoje sob as injustiças do capitalismo.

Existem pessoas que não conseguem se sensibilizar com o sofrimento alheio a não ser que seja consigo próprio ou com seus entes muito próximos, e o capitalismo arrasta a humanidade toda a pensar e a agir assim.

Isso acontece porque vivemos numa sociedade educada e formada por valores econômicos, individualistas, totalmente incompatíveis com os valores humanitários e coletivos.

A sociedade capitalista tem o nefasto poder de condicionar pessoas desde a mais tenra idade à mesquinhez, ao predatorismo em relação ao outro, uma verdadeira lavagem cerebral permanente que inculcam valores que não são os humanitários.

Poucas são as pessoas que conseguem nadar contra essa corrente, que consegue se desvencilhar dessas amarras do pensamento único, do senso comum, da nefasta máxima introduzida pelos defensores do capitalismo como sendo de criação popular: “se a farinha é pouca, meu pirão primeiro”.

Uma sociedade que, contraditoriamente se diz tão religiosa e ao mesmo tempo renegam na prática os mais bonitos dos ensinamentos da religiosidade: a fraternidade, o altruísmo, a divisão igualitária do produto coletivo. Nesse sentido, a religião não passa de um subterfúgio, ou uma ilusória “tábua de salvação” para aqueles que não se dispõem a pensar com profundidade no porque dos acontecimentos políticos, nos problemas que a humanidade enfrenta por seu próprio comodismo e nas relações desta com o poder, com o regime político, com o estado e com o sistema de governo.

È importante dizer que o próprio caráter individualista de cada membro dessa sociedade é determinado pela relação existente entre todos esses fatores, mas nem por isso se perfaz necessariamente uma amarra tão bem feita a ponto de impossibilitar-nos de mudar se não nos recusarmos em usar pelo bem coletivo a nossa capacidade de pensá-las, analisá-las e então tirar estratégias e táticas de luta contra aqueles parasitas da sociedade que convictamente preferem que tudo continue como está, com o capitalismo fustigando dia e noite a pobre população trabalhadora do mundo.

Espero que minhas palavras sirvam para conquistar corações e mentes para ajudar na formação de pessoas melhores, sem o recrudescimento da capacidade de sentir imposta pelo sistema capitalista, pessoas que ajudarão na construção de um mundo melhor para se viver, em paz e harmonia.

Mauro

21 janeiro, 2006

RS - Funcionários da CEF vão paralizar na quinta

Empregados da Caixa vão paralisar na próxima quinta

NCNB também promete demissões

Clique aqui para ver a materia completa

bancos empregaram menos em 2005

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Banco Rural anuncia demissão em massa

Rural anuncia demissão de metade de seus funcionários - 20/01/2006 (CNB) Sindicatos começam a se articular para combater cortes abusivos. Uma nova reunião ocorrerá segunda-feira em Belo Horizonte.

BRASIL X CONVENÇÃO 158 DA OIT (republicação)

Em 1982 a Organização Internacional do Trabalho votou Convenção que proíbe a demissão imotivada. Na prática deixa de existir a demissão sem justa causa. E mesmo as demissões com justa causa tem que ser precedidas pelo amplo direito de defesa ao demitido. Nos casos de inovação tecnológica ou motivos econômicos, a convenção impõe a negociação entre os patrões e os sindicatos. O Brasil ratificou a Convenção 158 através do Congresso Nacional (decreto legislativo 68 de 16/setembro/1992), e pelo governo FHC (decreto 1855 de 10/abril/1996). No entanto o mesmo FHC, oito meses depois, sob pressão dos banqueiros e empresariado, denunciou (revogou) a Convenção 158 (decreto 2100 de 20/dezembro/1996). Isto é ilegal pois a convenção só poderia ser denunciada 10 anos após o início da sua vigência. Em 2003, Lula nomeia ex-sindicalistas para ocupar o ministério do trabalho, entre eles Ricardo Berzoini (sindicato dos bancários de SP) e Luís Marinho (ex-presidente da CUT). Eles nada fizeram para retomar a Convenção 158 da OIT. Não se trata de esquecimento. Os compromissos do governo Lula com os banqueiros e empresários estão por trás do abandono da Convenção. O banqueiro Emílio Botín, presidente do Santander, afirmou que “fomos os primeiros a apoiar o governo Lula (está fazendo um grande trabalho)” (revista Carácter no. 9 pág. 6). O movimento sindical, que criticou duramente FHC quanto este denunciou (revogou) a Convenção 158, agora está omisso frente ao governo Lula. Temos que pressionar os sindicatos e a própria Afubesp a liderar a luta pela ratificação da Convenção 158 coibindo as demissões.

20 janeiro, 2006

Carta de fim de ano do Padre Olivério

A quem com sua solidariedade participa da luta pela paz e justiça dos povos

Receba minha saudação de natal e de ano novo num abraço fraterno de paz e afeto, unido ao reconhecimento sincero, por seu apoio a luta do povo colombiano. Nos alegra saber que no Brasil e em muitos outros países, surgem em mais e mais pessoas a solidariedade como uma flor no chegar da primavera. Alguém definiu como: “a ternura dos povos”.

São mais de 7.000 presos políticos; há dezenas de dirigentes ameaçados de morte; mais três milhões de banidos pelo exército e os paramilitares para roubá-los suas terras e, ao mesmo tempo desestruturar o tecido social do povo em luta por justiça e paz. O governo tem seqüestrado guerrilheiros em outros países, violando normas e acordos internacionais. Na mais flagrante e descarada violação da soberania da Colômbia, extraditaram a Comandante Sônia, o Comandante Simón Trinidad e mais de 290 compatriotas, aos Estados Unidos. O governo se opõe ao Intercâmbio Humanitário de prisioneiros que deixa numa guerra na qual, uma das partes, a Insurgência, hoje o povo em armas, sempre propôs à outra, composta pelo imperialismo norte-americano e a classe dominante, o uso da razão para buscar a solução política do conflito em uma mesa de diálogos, realidade que não teria necessidade a força das armas, da república, que jamais deveriam se disparadas contra os cidadãos. Lamentavelmente a resposta que tem recebido os esforços pela paz feitos nos diálogos tem sido a guerra, convertida há muitos anos em forma de governar a Colômbia. Quem, desde o governo, dão as vozes de comando cometem crime de lesa humanidade.


“Que desapareçam para sempre do solo colombiano os monstros que o infestam e encobre de sangue: que seu castigo seja igual à enormidade da sua traição”, sentencia Bolívar.


A todas as pessoas solidárias lhes manifestamos que seu apoio eficaz fortalece nossa opção política, nossas convicções e princípios. Assim, não há lugar para a inércia nem o desânimo. Bolívar nos disse: “corramos a romper as cadeias daquelas vítimas que gemem, não burleis sua confiança; não sejais insensíveis aos lamentos dos vossos irmãos. Vão velozes a vingar a morte, dar vida ao moribundo, soltar o oprimido e libertar todos”.

Obrigado por sua solidariedade, senadoras, senadores, deputadas e deputados; ministras e ministros, vereadores, assessoras e assessores, assim como servidores públicos em geral; personalidades da vida política, da ciência e da cultura; jornalistas e internautas, centrais sindicais, organizações de direitos humanos, jovens, estudantes, ambientalistas, indígenas e organizações não-governamentais; Comitê Internacional da Cruz Vermelha, representações da ONU, partidos e movimentos sociais do campo e da cidade, membros de várias igrejas; familiares e amigos em geral.

Muito obrigado aos advogados Paulo Machado, Pietro Lora e Antônio do Carmo. Os argumentos que contém a defesa jurídica e as demais atividades realizadas por vocês, estão criando as condições que brilharão a justiça brasileira, uma vez mais ao provar minha inocência.

Finalmente, a todas e todos, que em 2006 a vida nos dê saúde para continuar com entusiasmo lutando pelas transformações políticas, sociais e econômicas de nossos povos, levando cada um o seu grão de areia.

Forte abraço bolivariano,
Olivério


Complexo Penitenciário da Papuda, Distrito Federal de Brasília – Brasil.
Dezembro - 2005

Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais

LIBERDADE PARA PAULINHO

CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
LIBERDADE PARA O COMPANHEIRO PAULINHO

A política de ataque e criminalização dos movimentos sociais pelo governo Lula e governos regionais, não se resume aos inúmeros despejos; desocupações e assassinatos de lideranças do movimento sem-terra e sem-teto; de dirigentes indígenas. Ela utiliza-se também, de mandatos de prisão de sindicalistas em todo o país, transformando lutadores combativos em possíveis assassinos.

Em Jacareí/SP ocorre hoje uma brutal violência aos movimentos sociais organizados. Enquanto os verdadeiros criminosos, que fraudam e roubam as contas públicas, continuam impunes, os trabalhadores são vítimas do aparato policial na defesa dos grandes empresários. Isto vem somar-se ao ataque que já atingiu o companheiro Gegê, da CMP, também ameaçado de prisão acusado de assassinato.

O principal dirigente dos motoristas e cobradores de Jacareí, ex-diretor do sindicato de condutores da região e militante da CONLUTAS no Vale do Paraíba (SP), Paulo Ferreira da Silva, o Paulinho, foi preso nesta segunda-feira, dia 16, acusado de participar do assassinato do presidente local da OAB, Ângelo Maria Lopes Filho.

O motivo do crime, segundo o delegado da cidade, seria uma divergência sindical. No dia do assassinato Paulinho dirigia uma greve, que parou 100% o transporte urbano da cidade, e Ângelo Lopes seria o advogado da empresa Jacareí Transporte Urbano – JTU, empresa de transporte da qual Paulinho é funcionário e onde houve a paralisação.

A verdade é que assistimos mais uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais. No momento do assassinato, Paulinho estava em uma praça pública, ao lado de dezenas de grevistas, vigiados por um grande contingente de policiais, como infelizmente é praxe nestas situações. Por isso, diversos sindicatos da região já estão mobilizados.

Precisamos fazer uma ampla campanha pela liberdade do companheiro. Este não é um ataque individual, é um ataque a todo movimento sindical, independente de sua coloração política. Conclamamos a todas as entidades combativas do país que se engajem nesta campanha contra a criminalização dos movimentos sindicais.

Enquanto um trabalhador, que luta por seus direitos e de seus companheiros, permanece injustamente preso, os corruptos, e os verdadeiros assassinos do advogado continuam soltos e andando pelas ruas tranqüilamente.

As moções de apoio devem ser encaminhadas para as autoridades relacionadas abaixo, com seus respectivos números de fax.
Favor enviar cópia da moção a CONLUTAS do Vale do Paraíba (valedoparaiba@conlutas.org.br).
Abaixo enviamos sugestão de texto.

Drª Antonia Brasiliana de Paula Faroh – Juíza da 2ª Vara Criminal de Jacareí
12 39535111

Delegado Dr Paulo Afonso Tucci
Delegado Seccional de Jacareí
12 39536000

Tribunal de justiça
2ª vice Presidente
Dr Luiz Carlos Ribeiro dos Santos
11 31059463


Manifestamos, em nome dos trabalhadores de nossa categoria, nossa indignação com a prisão do companheiro Paulo Ferreira da Silva e solicitamos sua imediata libertação.
Paulinho é dirigente sindical, trabalhador há anos na empresa Jacareí Transporte Urbano e não há dúvidas de que se trata de uma prisão política para criminalizar o movimento social.
Igualar atuação sindical com crimes é atentar contra a democracia em nosso país.

Liberdade imediata para Paulinho!
Exigimos o fim das perseguições políticas!
Pelo Direito de Organização Sindical!
Não a criminalização dos Movimentos Sociais!


18/01/2006

SEDE: Rua Silveira Martins, 46 - Sé - São Paulo - SP
(11) 3107-7984 conlutas@conlutas.org.br

19 janeiro, 2006

Continua a mobilização na CAIXA

A mobilização dos empregados da Caixa Econômica Federal contra a criação arbitrária da função de caixa de ponto de venda (caixa/PV) continua em todo o Brasil. Abaixo-assinados estão sendo colhidos e devem ser enviados à Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) até o dia 23/01. Diante da pressão a diretoria do banco reabriu as negociações para determinar os critérios da nova função. A próxima reunião está marcada para a próxima semana.
A decisão unilateral do banco foi anunciada no dia 05/01/2006 e teve imediata reação de sindicatos e trabalhadores, pois havia negociação em que a Caixa concordava em extinguir o caixa flutuante, abrindo a contratação de 7.600 vagas para caixa executivo. “Nosso objetivo é repudiar a decisão da direção da Caixa, entre outros pontos, por reduzir o número de vagas de caixas nas agências e de atribuir a função de vendedor aos caixas. Precisamos pressionar, pois só assim conseguiremos obrigar a Caixa a cumprir o que prometeu no Acordo Coletivo de Trabalho”, afirmou Plínio Pavão, secretário de Saúde da CNB/CUT e coordenador da CEE.
Os trabalhadores também cobram no abaixo-assinado a manutenção da criação das cerca de 7.600 vagas para caixas, a revisão das atribuições de caixa (RH 060), retirando a obrigação de venda de produtos. O abaixo-assinado cobra ainda a proposta de renegociação das dívidas e a reintegração de todos os demitidos pela RH 008, duas antigas reivindicações dos empregados que a Caixa já prometeu atender, mas até agora não cumpriu.

Fonte: CNB/CUT e Seeb PA/AP

CPI pede indiciamento do presidente da Caixa e do chefe-de-gabinete de Palocci

18/01/2006 - 13h49

FELIPE RECONDOda Folha Online, em Brasília

O relatório da CPI dos Bingos, divulgado nesta quarta-feira, sugere o indiciamento de Ademirson Ariovaldo da Silva, chefe-de-gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, por formação de quadrilha, corrupção passiva, improbidade administrativa e crime contra o procedimento licitatório; e do presidente da Caixa, Jorge Mattoso, por prevaricação, descumprimento da lei de licitações e improbidade administrativa. A quebra dos sigilos telefônicos dos investigados mostrou que Ademirson telefonava com freqüência para Rogério Tadeu Buratti, acusado de pedir propina da GTech para facilitar a renovação do contrato entre a empresa e a Caixa Econômica. Os integrantes da CPI suspeitam que Ademirson participava do esquema irregular.Buratti, que trabalhou com Palocci em Ribeirão Preto, também está na lista dos pedidos de indiciamento por formação de quadrilha, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária, improbidade administrativa e crime contra o procedimento licitatório. Outro possível indiciado ligado a Palocci é Wladimir Poleto, que depôs à CPI sobre o suposto envio de dinheiro de Cuba para o PT. Ele também assessorou o ministro quando foi prefeito de Ribeirão Preto.Outros dois ex-presidentes da Caixa estão na lista de indiciamentos: Sérgio Cutolo e Emílio Carazzai, ambos pelas mesmas suspeitas de Jorge Mattoso; além de quatro diretores do banco: Eduardo de Almeida, Fernando Carneiro, Henrique Costábile e José Lindoso de Albuquerque. No total, os pedidos de indiciamento somam 37, sendo 34 pessoas físicas e três empresas.Os integrantes da CPI pediram vista do relatório, que deve voltar à pauta na próxima quarta-feira. Juntamente com o texto, o relator Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) apresentou uma proposta para que a Caixa suspenda em 60 dias o contrato com a GTech. O texto também precisa do crivo da CPI.

17 janeiro, 2006

Caixa de Ponto-de-Venda X Caixa Executivo - Bancários negociam com a CEF nesta quarta-feira

São Paulo - A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e a Caixa Econômica Federal se reúnem nesta quarta-feira, às 9h30, na sede da Caixa para rediscutir os critérios para nomeação dos caixas. No último dia 5, o banco anunciou – sem qualquer negociação com o movimento sindical – a criação da função de caixa de ponto-de-venda, cargo que substituirá as atribuições do caixa executivo.

Na última sexta-feira, a CNB/CUT entrou em contato com os representantes da Caixa para solicitar esclarecimentos, já que na última negociação o banco assumiu o compromisso de acertar com os bancários os critérios de nomeação dos empregados.

A decisão do banco também contraria o Acordo Coletivo de Trabalho, em que a Caixa se compromete a implantar, até 1º de janeiro, o cargo em comissão de caixa executivo, com a extinção do caixa flutuante.

A reivindicação, antiga por parte da representação dos empregados, havia sido acatada pela direção da Caixa, que abriria 7.600 vagas, das quais 3.900 seriam ocupadas pelos caixas efetivos. As demais seriam providas por meio de Processo Seletivo Interno (PSI). Além disso, comprometeu-se a definir, em negociações, os critérios para nomeação das vagas.


Fonte: CBN-CUT


11/01/2006

Caixa desrespeita acordo coletivo

Sindicato reúne bancários da Caixa nesta quinta
Fonte: Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região
Publicado em: 17/1/2006 - 12:23

O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região está convocando os delegados sindicais, caixas e outros empregados da Caixa Econômica Federal, para uma reunião a ser realizada nesta quinta-feira, dia 19, às 18h30, na Sede Malcon.

O objetivo é discutir a quebra do acordo firmado com a Caixa durante a campanha salarial 2005, que criou, de forma unilateral, a função do caixa de ponto de venda, além de não criar a abertura de 3.700 vagas, como havia se comprometido.

Os funcionários querem o retorno imediato da função de caixa executivo e critérios objetivos. Mobilizações já estão acontecendo em todo país.

Venha discutir essas questões e definir as formas de mobilização dos funcionários da Caixa, em Porto Alegre.

13 janeiro, 2006

Fundos de pensão reagem a denúncias da CPI dos Correios

Terça-feira, 10/01/2006 - 15h52m
Dirigentes de fundos de previdência complementar reagiram, durante reunião para a qual convocaram representantes da imprensa, às denúncias feitas pelo deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), sub-relator de fundos de pensão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, no início de dezembro do ano passado. O parlamentar afirmou que 14 fundos registraram R$ 784,1 milhões, em 630 mil operações analisadas, no período de 2000 a 2005. Segundo ACM Neto, há indícios de que parte desse dinheiro abasteceu o "valerioduto", sendo repassado a parlamentares em troca de apoio ao governo. “Não sabemos quais são os fatos, critérios de cálculo, metodologia e em que ângulo essas notícias foram fornecidas à imprensa. Solicitamos à CPMI valores, métodos de cálculo e não tivemos resposta até o momento”, declarou o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), Fernando Pimentel. Pimentel acrescentou que os 365 fundos de pensão existentes no País são submetidos a uma legislação rígida, com a fiscalização da Secretaria de Previdência Complementar (SPC), do Ministério da Previdência Social, além de outros órgãos, caso do Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, aos fundos ligados às estatais, os Tribunais de Contas. “Duvido que tenha algum ente da sociedade que seja tão fiscalizado quanto os fundos. Não há igualdade ou similaridade de fiscalização nas instituições brasileiras”, opinou. O presidente do Fundo Postalis, dos funcionários dos Correios, José Teixeira, criticou a informação dada pela CPMI de que o fundo teve prejuízo de R$ 41 milhões em operações analisadas no período de 2000 a 2005. “Os investimentos do Postalis saltaram de R$ 284,5 milhões, em 1995, para R$ 2,70 bilhões, em 2005, quase dez vezes em dez anos. Como se obtém isso? Com corrupção? Não. Com seriedade, trabalho técnico, responsabilidade, adesão às normas regulamentares e respeito ao patrimônio dos participantes”, disse. Teixeira afirmou que o fundo tenha atingido com sobra as metas atuariais estabelecidas pela SPC e que, diante disso, está caracterizado uma boa gestão do fundo. Por isso, ele disse ter solicitado à CPI dos Correios informações sobre como os parlamentares chegaram àquele valor de prejuízo. O presidente do Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), Sérgio Rosa, também contestou a análise da CPI de que o fundo realizou operações com prejuízo. “Tivemos 63 requerimentos de informações dos mais variados órgãos, e pudemos esclarecer todas. As operações foram feitas dentro dos parâmetros legais e de defesa do patrimônio dos participantes”, alegou. Rosa respondeu ainda a acusação da CPI e de vários depoentes, que, no ano passado, afirmaram que o ex-ministro da extinta Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Luiz Gushiken, teria interferido politicamente na gestão do fundo. “A Previ teve liberdade e autonomia para atuar. O governo entendeu o papel dos fundos de pensão (das empresas estatais) e não fez qualquer tipo de ingerência”, afirmou. A reunião entre os dirigentes dos fundos e imprensa foi realizada no Hotel Hilton Morumbi, em São Paulo.
Fonte: Agência Estado

11 janeiro, 2006

CONSELHO SUBSTITUI FÓRUM

Informe CONTEC nº 06/009 – 10.JAN.06 – (Retirado do Jornal “Correio Brasiliense”, 09.01.06 -
LUCIANO PIRES E MARCELO TOKARSKI)
TRABALHO
Governo vai criar, por decreto, o Conselho Nacional de Relações do Trabalho, com autonomia para mudar e tentar modernizar a legislação do setor. Novo órgão substituirá o Fórum Nacional do Trabalho. Conselho substitui Fórum Os poucos avanços obtidos ao longo dos últimos 30 meses serão responsáveis pela extinção do Fórum Nacional do Trabalho (FNT). Tido como espaço democrático e privilegiado para a discussão entre governo, trabalhadores e patrões – e considerado a “menina dos olhos” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, o Fórum caiu em descrédito depois de formular e encaminhar ao Congresso uma proposta de reforma sindical sem consenso e de frustrar qualquer entendimento que viabilizasse a reforma trabalhista. Em seu lugar, surgirá o Conselho Nacional de Relações do Trabalho (CNRT), órgão que terá funções consultivas e deliberativas. O Correio teve acesso à minuta do decreto presidencial que criará o novo órgão. Composto por 15 membros titulares – cinco representantes do governo, cinco dos trabalhadores e cinco dos empregadores – e duas câmaras bipartite, o conselho terá como principais atribuições subsidiar o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nas questões referentes a alterações constitucionais e anteprojetos de lei, além de propor rumos para políticas públicas. Em outras palavras, a relação do governo com o mundo do trabalho vai mudar de tom. A julgar pelo que prevê o texto, o CNRT terá mais poderes para interferir nos temas que, por exemplo, oponham governo e Congresso, ou governo e empregados do setor privado. Menos propositivo e mais deliberativo, a nova instância deverá interferir de forma ativa nas tomadas de decisões do Ministério do Trabalho. Depois de implantado, o CNRT e suas funções serão discutidos via projeto de lei. “O Fórum Nacional do Trabalho foi criado para uma missão que ainda está sendo cumprida. Quando ela chegar ao fim, o que deve acontecer logo, o CNRT passará a institucionalizar as decisões, falará mais de perto com o Congresso Nacional”, explica um representante do governo. Antes de ser extinto, o FNT ainda deverá se manifestar sobre a abertura do comércio aos domingos em todo o país e a terceirização de funcionários. Esse assunto, por exemplo, não possui uma regulamentação nacional e depende de acordos locais entre patrões e empregados.

10 janeiro, 2006

O “delegado zero” e a outra campanha

Por elaine tavares - jornalista OLA/UFSC
Desde o dia primeiro de janeiro deste ano, os zapatistas insurgentes do México estão nas estradas do país. Eles cumprem uma determinação da “Sexta Declaração da Selva Lacandona”, elaborada em junho de 2005, depois de debates e reuniões em cada rincão zapatista. Dentre inúmeros pontos, um deles dispõe sobre a atuação dos militantes diante da eleição presidencial que se aproxima. Segundo o “delegado zero”, o subcomandante insurgente Marcos, os zapatistas não estão dispostos a compor com qualquer dos candidatos à presidência, nem mesmo com o dito candidato da esquerda, Lòpez Obrador. Por isso, definiram o que chamam de a “outra campanha”, que se traduz numa andança por todos os estados do país. O objetivo é construir um programa nacional de luta, verdadeiramente anticapitalista e de esquerda.
O primeiro ato da “outra campanha” será cumprido pelo subcomandante. Sozinho, montado numa motocicleta preta, chamada de “Sombraluz”, ele pretende ouvir cada mexicano e mexicana que encontrar, sobre seus sonhos de vida melhor. “Eu saio primeiro para ver como é o caminho que vamos andar, se há perigos. Vou aprender, e reconhecer o rosto e a palavra dos companheiros e companheiras, para unir a nossa luta zapatista com os trabalhadores do campo e da cidade”.
A saída do Sub, acompanhada por milhares de pessoas, foi na cidade de San Cristóbal de las Casas, centro das comunidades zapatistas em Chiapas. Vestido de negro, o rosto coberto pelo pasamontaña (espécie de capuz preto que mostra unicamente os olhos e a boca) e o capacete, ele carrega na traseira da moto uma caixa que diz: EZLN - Precaución: pingüino a bordo. O “pingüino” é a cópia da “sexta declaração” e segue a técnica já bastante conhecida do Sub, que é a de lidar com símbolos e metáforas que são preciosos ao povo autóctone. Não é à toa que se auto-intitulou “delegado zero” – outra metáfora, tal qual os pasamontañas - que nada mais quer dizer que ele é nada, um a mais na grande corrente zapatista.
Diante da catedral, acompanhado pelos comandantes Tacho, David, Hortência e Kelly, Marcos se despediu dizendo: “Se algo de mal me acontece, saibam que tem sido um orgulho lutar ao lado de vocês, meus melhores mestres e dirigentes. Estou seguro que seguirão levando pelo bom caminho a nossa luta, ensinando a todos a serem melhores com a palavra dignidade. Somos vento. Não tememos morrer na luta. A boa palavra foi semeada na boa terra. Essa boa terra é o coração de cada um de vocês, e nela floresce a dignidade zapatista”.
O primeiro de janeiro também está carregado da simbologia zapatista. Foi num dia igual, em 1994, que este movimento arrancou de las montañas do sureste e tomou várias cidades. Os povos autóctones, relegados à obscuridade e à servidão, mostraram que estavam vivos e cheios de vontade de fazer acontecer um tempo novo, no qual a sua palavra fosse escutada. Foi aí que se levantaram em armas e mostraram ao mundo a disposição de fazer andar a dignidade das gentes. A rebelião armada acabou em doze dias, mas eles permaneceram organizados no que chamam de “paz armada”. Desde aí têm ditado, a partir da selva Lacandona, uma outra maneira de organização e forma de exercer o poder.
Agora, cansados de receber promessas de sucessivos governos, de ver os massacres contra o povo seguirem adiante, e o neoliberalismo campear pelas vias do México, os zapatistas querem participar desse momento de re-organização do poder realizando uma outra campanha, que não será luxuosa nem ostensiva como têm sido as campanhas eleitorais no México, sempre sob o poder do dinheiro. A proposta é ouvir e despertar consciências. Para isso, Marcos vai visitar cada comunidade e não apenas realizar pequenas reuniões, embora nelas as pessoas possam verdadeiramente falar e expor suas idéias sobre como melhorar a vida no México. “Nós vamos até sua casa, carregar água com você, participar do seu dia-a-dia. E aí, você vai dizer o que está no seu coração, sua indignação, sua coragem. Tudo vai ser feito muito devagar. Não temos pressa”, diz el Sub.
Marcos também faz questão de ressaltar que o espaço de encontro que o movimento zapatista está promovendo não vai se prestar a fazer o jogo de qualquer candidato. “Este é o lugar das gentes que não têm partidos institucionais”. Sobre Lòpez Obrador, que é considerado o candidato da esquerda, Marcos fala sem ilusões. Diz que o mesmo não está comprometido com a luta do povo e que vai acabar pendendo para direita, como tem acontecido com vários representantes desta “nova-esquerda”, cada dia mais próxima do neoliberalismo.
Não são poucas as críticas que surgem no México à “outra campanha” zapatista. Intelectuais, sindicalistas e outras instituições que ainda acreditam na via eleitoral – e apostam em Obrador – insistem em alegar que esta caminhada de Marcos é desmobilizadora e promove a desagregação da esquerda. Mas, os zapatistas não querem o poder sem o saber. Não querem a mera disputa de votos. Querem as gentes sabendo das coisas, conscientes, capazes de dizer sua palavra. Por isso, a outra campanha anda e não pede votos. Marcos não é candidato à presidência, “ni la madre” – como diz, fazendo troça do poder. Marcos é um homem sem rosto, um a mais entre tantos autóctones, camponeses, trabalhadores, oprimidos, um delegado zero, um subcomandante. Caminheiro e viandante, um homem de milho, na luta por um tempo de claridão. No México e no mundo todo...Com ele, caminham as gentes de língua estranha e rosto originário, com ele caminham os que querem andar!
* Com informações a partir do La Jornada e do EZLN

09 janeiro, 2006

Manifesto pela criação da Associação Nacional dos Bancários

É necessária uma alternativa à CNB/CUT e à Contec

As últimas campanhas salariais tornaram claro que as entidades constituídas, como a CNB/CUT e a Contec, não representam os anseios da categoria. Além disso, demonstraram que as direções da maioria dos sindicatos respondem às políticas traidoras destas entidades. Está na ordem do dia a construção de uma alternativa de direção para os bancários de todo o país. Assim, em seu IV Encontro Nacional, o MNOB (Movimento Nacional de Oposição Bancária), que nos últimos três anos ajudou a base da categoria a construir uma verdadeira rebelião dos trabalhadores contra as direções traidoras do movimento, concluiu que este é o momento de darmos um salto organizativo rumo a uma representação de fato e de direito da categoria, diferente de tudo que está aí.

O MNOB convida os bancários de todo o país a discutir a criação de uma Associação Nacional dos Bancários, que seja Classista, de Luta, Democrática, Dirigida pela Base e Independente de Governos e Partidos.

Necessitamos de uma estrutura a serviço da categoria. Não podemos incorrer no erro de criar mais uma estrutura igual a tantas que já existem. Elas não passam de aparatos burocratizados, que só servem aos interesses dos pelegos que os dirigem e que conspiram todo o tempo contra a categoria. Não queremos fazer uma disputa de aparato com a CNB/CUT ou Contec. Até porque nessas entidades não há a devida democracia na sua composição.

Para lançar as bases fundamentais da nossa Associação, temos que discutir com a categoria as seguintes questões:

-Precisamos inaugurar uma nova concepção de representação dos trabalhadores, onde a base, de fato, seja quem decida. Onde existam mecanismos do tipo conselhos de base com poderes acima da direção, revogabilidade de mandato, tempo máximo de permanência na direção, etc.

-Precisamos de uma entidade classista, que seja conta qualquer parceria com os banqueiros públicos e privados. Que não seja uma correia de transmissão das políticas de governos e partidos contra os trabalhadores. Que defenda a luta organizada dos bancários como o único meio de alcançar nossas conquistas e que se coloque como uma ferramenta para isso.

-A criação da Associação Nacional dos Bancários é uma tarefa de todos. É fundamental que seja aberto um debate acerca do programa, estatutos concepção sindical. Que todos os bancários espalhados pelo país possam participar dessa discussão. Que se realizem debates na base sobre as propostas e possíveis posições divergentes que surjam.

-A Associação deverá estar a serviço da luta da categoria. É no dia-a-dia dos bancários, organizando e impulsionando suas lutas, que iremos construir a Associação. Há uma relação dialética nessa construção. O velho será superado pelo novo com o próprio movimento vivo dos bancários. É na construção da luta dos bancários que iremos discutindo e debatendo a necessidade do novo e como será esse novo.

-Temos que nos despir de concepções pré-concebidas e estarmos abertos às propostas surgidas no calor das lutas dos bancários. Que a luta da categoria seja o ingrediente fundamental para a construção da Associação Nacional dos Bancários!

Convidamos todos os bancários a iniciar um debate com suas bases sobre o caráter e o programa dessa Associação e também a assinar este Manifesto.

O mal da privatização no setor bancário

A participação de bancos estrangeiros no mercado financeiro nacional disparou nos últimos anos, com a abertura do setor ao capital internacional e a política de liquidação dos principais bancos estaduais do país. Até 1990, de acordo com relatório anual do Banco de Compensações Internacionais (BIS), as instituições estrangeiras detinham apenas 6% do total de ativos bancários no Brasil. Sua fatia cresceu quatro vezes e meia até 2004, saltando para 27%, num total de 107 bilhões de dólares – o equivalente a 18% de todas as riquezas produzidas pelo país (Produto Interno Bruto – PIB) naquele ano.
Com sede em Basiléia, na Suíça, o BIS funciona como uma espécie de “banco central dos bancos centrais” do mundo. A instituição define padrões para examinar a saúde financeira dos bancos ao redor do planeta e estabelece normas de segurança para as operações de instituições financeiras, de forma a preservar depositantes e clientes. Os ativos de um banco (ou empresa) englobam desde prédios, terrenos e outros imóveis, até ações, títulos e dinheiro vivo de sua propriedade.

GOVERNOS AJUDAM
No Brasil, o avanço dos banqueiros internacionais tem sido facilitado por uma mudança adotada no governo Fernando Henrique Cardoso, e mantida pelo atual: a entrada de bancos internacionais passou a ser autorizada por um simples decreto presidencial, sem consulta ao Congresso ou à sociedade.
Mas a chegada desses bancos não precisa significar, necessariamente, investimentos em redes de agência ou a criação de novas riquezas, via aumento da oferta de créditos para financiar o crescimento da economia, por exemplo.
Como regra, informa o BIS, os estrangeiros têm escolhido a compra de bancos existentes (como no caso do espanhol Santander, que comprou o Banespa). Na maioria das vezes, os investimentos são substituídos pelo fechamento de agências e demissão de pessoal.
Desde os anos 1990, diz o relatório do BIS, os investimentos de bancos estrangeiros em mercados “emergentes” vem sendo estimulados pela possibilidade de obter lucros cada vez maiores naqueles mercados. No caso brasileiro, os estímulos são particularmente atraentes, face à política de juros altos, que tem gerado lucros recordes para os estabelecimentos bancários.
Assim, os investimentos de bancos estrangeiros na compra de instituições financeiras nos países “emergentes”, Brasil incluído, cresceram 27 vezes desde o período 1991-1995 até 2001-outubro de 2005, saltando de 2,5 bilhões de dólares para 67,5 bilhões de dólares, depois de atingir 51,5 bilhões de dólares de 1996 a 2000.
Aqueles recursos, que representavam 13% dos investimentos totais realizados pelo setor financeiro entre 1991 e 1995, passaram a 28% entre 1996 e 2000, e subiram para 35% de 2001 a outubro de 2005.

DEPENDÊNCIA
Festejado pelos defensores intransigentes do livre fluxo de capitais, esse tipo de investimento, de acordo com o próprio BIS, carrega dois inconvenientes (ou “desafios”, para ser fiel ao relatório): deixa a economia local mais exposta aos riscos de crise e às mudanças nas condições do mercado internacional; e transfere o centro de decisões para as matrizes dos bancos estrangeiros.
Este segundo “desafio” significa que os governos locais – e o brasileiro não foge à regra – perdem independência para tomar decisões relativas ao setor financeiro. Tais decisões, explica o BIS, podem incluir até mesmo a saída do país inicialmente escolhido pelo dono da instituição estrangeira, que simplesmente leva embora os recursos aplicados.

08 janeiro, 2006

O "derrame" do Sharon

Sharon está a beira da morte e é claro que deve ter direito a atendimento médico de qualidade como está tendo apesar de todas as atrocidades que cometeu contra os palestinos que, é claro e justo, reagiu a altura promovendo a nova intifada palestina.
O que é inaceitável é que milhões de seres humanos no planeta não têm o mesmo tratamento por conta de políticas defendidas e adotadas pela grande maioria das lideranças políticas como ele.

A morte do general brasileiro no Haiti

A morte de um oficial da mais alta patente do exército brasileiro, o general Urano Teixeira da Matta Bacellar, comandante de todas as tropas estrangeiras (mais de 7 mil soldados) no Haiti é muito reveladora para os incautos sobre a verdadeira gravidade da situação naquele país, agravada pela própria presença de forças militares estrangeiras intervencionistas a mando do imperialismo estadunidense naquele país. Mas isso não é noticiado pela imprensa mundial dominada pelos ditames do capital, mas ainda assim se diz livre. A imprensa omite, por exemplo que a falsamente denominada "missão de paz da ONU", na qual o Brasil participa com 1200 soldados, na verdade é uma absurda e criminosa intervenção militar estrangeira que visa impor pela força das armas sobre o povo pobre daquele país os interesses e objetivos políticos de seus países, submissos aos interesses econômicos e políticos do imperialismo estadunidense. A intervenção militar humilha e subjuga a população pobre haitiana. Na verdade trata-se de uma intromissão indevida nos assuntos internos de um outro país que atenta contra a soberania e a livre determinação dos povos.

O ovo da serpente

ACORDA BRASIL !!!

POR SEBASTIÃO NERI

Cezar Benjamin, preso, exilado, anistiado, sociólogo e professor, coordenador das duas primeiras campanhas de Lula em 89 e 94, rasgou didaticamente o tumor da corrupção de Lula e do PT, contando a história de Lula e do PT no escuro, como numa aula magnífica: uma denúncia brilhante, irrespondível, arrasadora.


1 - Em 93, para retomar o comando do PT que haviam pedido e que reassumiram em 95 com a eleição de Dirceu para presidente do partido, Lula nomeou um desconhecido professor primário de aritmética de Goiânia, Delubio Soares, para representante da CUT no Conselho do FAT. Era a mina.


2 - O FAT é o Fundo de Assistência ao Trabalhador, com mais de R$ 30 bilhões do FGTS. Tem um Conselho, controlado pelo governo, do qual fazem parte as Centrais Sindicais, entre as quais a mais poderosa, a CUT, que é
o braço financeiro do PT. O Conselho é quem decide os investimentos.


3 - No FAT nasceu Delubio e sua furiosa capacidade de fabricar dinheiro,
cujas cavernosas virtudes financeiras só Lula e Dirceu conheciam. Na campanha de Lula em 94, o estupefato guerrilheiro Benjamin descobriu que o grosso do dinheiro do partido vinha criminosamente do FAT.


4 - Benjamin chamou Lula, Dirceu, o comando do PT, e disse que aquilo era
um escândalo inaceitável. Lula e Dirceu mandaram que em nome do partido
ele esquecesse tudo. Benjamin não esqueceu, discutiu em reuniões internas
e abandonou o PT. Foi a primeira grande perda de liderança do PT.


5 - Já naquela época, Benjamin profeticamente disse a Lula, Dirceu e todo
o grupo Articulação: "Isso aí é o ovo da serpente". Era. Dez anos depois,
Lula, Dirceu, o PT, explodem todos por causa do ovo da serpente, do dinheiro do FAT que apodreceu e emporcalhou o partido, o governo e o País.


O pântano em que Lula e o PT afundaram não foi uma FATalidade.

06 janeiro, 2006

De quem é a culpa pela arbitrariedade da Caixa

A decisão da Caixa de extinguir o cargo de Caixa Executivo criando no seu lugar o “Caixa de Ponto de Venda” deixou os funcionários perplexos. A medida foi publicada no dia 05 de janeiro na intranet como uma “manchetezinha” de pouca importância entre tantas outras “manchetezinhas” realmente sem importância, daquelas que ninguém lê, exatamente no mesmo dia em que a própria matéria anuncia a entrada em vigor da medida. Nenhuma informação anterior foi passada e nenhum debate foi feito antes com os funcionários, num total desrespeito ao seu próprio código de ética que obriga que seja cumprido pelos seus funcionários.
Mas, é preciso que se diga que esse é mais um desdobramento da incompetência ou má fé dos nossos atuais dirigentes sindicais que tudo fizeram para que um acordo coletivo rebaixado e sem debate com a categoria fosse aceito pelos bancários na campanha salarial de 2005 para que não houvesse confronto com o governo lula que eles defendem com unhas e dentes. O resultado da opção dos nossos atuais dirigentes sindicais por defender o governo lula que governa para banqueiros em detrimento dos bancários não poderia ser pior.
Nessa situação faz-se urgente a necessidade de que os bancários se unam na criação de uma nova ferramenta de luta que hoje começa a se materializar na CONLUTAS, no MNOB e nos debates que estão por vir sobre a criação de uma Associação Nacional dos Bancários.

Caixa desrespeita acordo com os empregados

Fonte: Fábio Jammal Makhoul – CNB/CUT, com informações da APCEF/SP
Publicado em: 6/1/2006 - 18:13

A Caixa Econômica Federal, em desrespeito ao processo de negociação permanente com os bancários, anunciou na quinta-feira, dia 5, a criação da função de caixa de ponto-de-venda. Segundo o banco, o cargo substituirá as atribuições do caixa executivo, em extinção.

A medida apresenta divergências com o que foi acertado com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) quanto às atribuições do cargo. Além disto, a nomeação fica na mão dos gestores e não há garantia de que os empregados prejudicados com a perda da função sejam nomeados.

A criação do novo cargo pegou os membros da CEE de surpresa, já que a medida foi tomada de forma unilateral pelo banco e desrespeita o processo de negociações em andamento. Também contraria o Acordo Coletivo de Trabalho, em que a Caixa se compromete a implantar, até 1º de janeiro, o cargo em comissão de caixa executivo, com a extinção do caixa flutuante.

A reivindicação, antiga por parte da representação dos empregados, havia sido acatada pela direção da Caixa, que abriria 7.600 vagas, das quais 3.900 seriam ocupadas pelos caixas efetivos. As demais seriam providas por meio de Processo Seletivo Interno (PSI). Além disso, comprometeu-se, ainda, a definir, em negociações, os critérios para nomeação das vagas.

A CEE vai debater esta decisão com o banco, mas alerta que é importante que os empregados manifestem sua indignação. Um dos meios é o canal institucional da Caixa, o Viva Voz. Pressionar o banco é uma maneira de tentar reverter essa situação.

Banrisulenses organizam protestos para o dia 10/01

5/1/2006 - 16:52

Os banrisulenses realizam na próxima terça-feira, dia 10, um Dia Nacional de Mobilização, com paralisações em todo o país, contra a discriminação praticada pela diretoria do banco, que na véspera de Natal creditou um prêmio de dois salários para apenas 253 funcionários, tratando os demais 8.250 empregados como de segunda classe. Nesta quinta-feira, dia 5, das 17h às 18h, o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região e a Federação dos Bancários do RS, munidos de carro de som, fizeram nova manifestação em frente ao edifício-sede do Banrisul, cobrando igualdade de tratamento para todos os funcionários.

fonte: www.bancariospoa.com.br

Bancários estão em 1° lugar em casos de Ler-Dort

Seec PE - 05/01/2006

(Recife) Pesquisa do INSS revela um dado alarmante: a categoria bancária está em primeiro lugar em casos de Ler-Dort. Não é a toa que os bancários andam preocupados com a saúde, eles respondem por 55,3% dos casos de tenossinovite, 55,6% das cervicalgias, e 72% dos registros de síndrome cervicobraquial. E ainda, do total de benefícios de trabalho concedidos por doença mental, 81% são para o setor. A realidade é reflexo das metas excessivas, pressões e do assédio moral, práticas cotidianas dentro das agências. A luta dos sindicatos é pela criação dos dois turnos de trabalho, medida que amenizaria a questão e ainda apontaria para uma perspectiva de criação de mais de 160 mil empregos em todo o país.

Fonte: Danielle Oliveira - Seec PE

05 janeiro, 2006

Entreguismo: Bradesco assume controle do BEC

Entreguismo: Bradesco assume hoje controle do Banco do Estado do Ceará

A transferência de controle acionário do Banco do Estado do Ceará (BEC) para o Bradesco será homologada hoje, em assembléia de acionistas do banco em Fortaleza. Na reunião, serão definidos os nomes dos novos dirigentes do BEC.

O banco foi vendido em leilão, no final do ano passado, por R$ 700 milhões. Participaram da disputa Unibanco, Itaú, GE Capital e o próprio Bradesco. Os recursos da privatização serão usados pelo governo do Ceará para pagar parte da dívida contraída com o Tesouro Nacional no processo de saneamento do BEC.

Mesma luta
Por ter passado pela mesma situação com a luta contra a privatização do Banco do Estado do Maranhão, a diretoria do Sindicato dos Bancários do Maranhão encaminhou carta de apoio aos bancários cearenses, dia 22/12, um dia após a entrega do banco.

Na carta, a direção do SEEB-MA registrou que “É sabido que vivemos na pele o que é ter um patrimônio público, que poderia estar fomentando o desenvolvimento do nosso Estado, entregue nas mãos dos banqueiros e seus lucros exorbitantes...lamentamos que o Governo Lula, eleito supostamente como dos Trabalhadores, diante de outras alternativas, tenha preferido estas atitudes de traição, ao dar continuidade à política perversa de entrega do patrimônio público ao capital privado.


Fonte: Com informações do Jornal de Brasília - 03/01/2006

04 janeiro, 2006

Presidente e diretores da Caixa são acusados de improbidade administrativa

04/01/2006 - 09h11
Direção da Caixa beneficiou BMG, diz TCU; bancos negam
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RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo

Uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) afirma que a direção da Caixa Econômica Federal beneficiou o BMG --um dos bancos que abasteceu o esquema do "mensalão"-- em operações que renderam à instituição mineira um lucro imediato de ao menos R$ 119 milhões.

Os diretores e o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, segundo a auditoria, praticaram ato de improbidade administrativa ao decidirem comprar a carteira de crédito consignado do BMG (empréstimo pessoal com desconto em folha de pagamento) em tempo recorde (18 dias úteis), sem lei própria, com argumentos contraditórios e um resultado final contrário ao alegado pela Caixa para justificar a operação. Os bancos rebatem as acusações contidas no relatório.

03 janeiro, 2006

Saudação das FARC-EP no ano de 2006

Ano novo 2006, saudação das FARC-EP: paremos o pêndulo, mudemos o rumo do país! Saudamos o povo colombiano pelo ano novo. Na nossa tradição são dias em que costumamos fazer recapitulações, projecções e propósitos. Ao terminar o ano 2005, a fractura social colombiana é mais profunda apesar dos esforços por maquilhar a crise, ao pretender-se inutilmente disfarçar biscate como "emprego", o lucro dos banqueiros como "bonança generalizada", a genuflexão perante os gringos como "colaboração", a violência terrorista do Estado como "segurança para todos", a impunidade em favor do vicariato narco paramilitar como "reconciliação", ou o corrupto e ardiloso processo que aprovou a reeleição como se fosse "uma mudança democrática dos costumes políticos no país".

Mas o balanço do ano 2005 brinda-nos conclusões não só destes 12 meses como do período já gasto pelo regime de Uribe, e sobre vários dos governos oligárquicos anteriores. Há rumos e políticas continuístas que fazem crise. As estratégias deste e dos anteriores governos, sustentadas basicamente sobre o pressuposto de garantir os mais altos lucros ao capital financeiro nacional e internacional, a grandes proprietários e latifundiários a custa do bem estar da maioria dos colombianos, são o caldo de cultivo de maiores e mais dramáticas confrontações no futuro imediato.

A generalização da guerra fratricida que sacode o país, a multiplicação dos combates apesar das fabulosas quantidades de dinheiro investidas no mal chamado "Plano Patriota", o número de vítimas fatais que cresce com o correr dos dias, não se podem ocultar com o enterro clandestino de soldados e polícias, nem com a manipulação da imprensa.

Todos queremos, ou dizemos, procurar a paz. Mas o país foi mantido enganado, a partir do poder, com esse pêndulo terrível que devemos parar e descartar: a oligarquia e seus meios criadores de "opinião" oscilam entre a "pax romana", produto da guerra total, e a paz dialogada, produto de uma mesa de rendição incondicional da insurgência, sem tocar seus privilégios, nem as causas estruturais económicas, sociais e políticas geradoras do conflito. Isso não funciona com a insurgência autêntica e enraizada no seu povo. São fórmulas esgotadas por um fascismo cínico cujo único objectivo foi desmobilizar e conter as lutas populares mais combativas. Com o povo, o seu feitiço logo deixará de funcionar.

O ano 2006 anuncia-se intenso em lutas sociais e políticas, pois a recusa dos postulados do TLC é muito ampla, o fracasso da guerra uribista e das amanhadas eleições presidenciais continuarão a polarizar os colombianos entre as poderosas minorias que respaldam a reeleição com a sua violenta estratégia neoliberal como bandeira e as imensas maiorias como vítimas das políticas oficiais. A perspectiva política e eleitoral do ano que principia obriga os colombianos a escolher: ou manter o rumo actual rumo às trevas do fascismo e a devastação, ou buscar a alvorada da reconciliação e da reconstrução nacional. Por isso pensamos que se a maioria quisesse que estancasse definitivamente o intercâmbio humanitário, que se descartasse a busca da solução política, que se aprofundasse a crise social, que continuem a vender o património público e a dignidade aos pedaços, que aumentem os impostos e reduzam-se as pensões, que continuem a fumigar, que continuem as detenções maciças para o pobres e a segurança para os passeantes ricos; se o povo quisesse tudo isto, votaria pela reeleição do ditador civil de turno que é isto o que augura e promete.

Nossos votos para o ano novo são pela unidade de todas as forças que se opõem à reeleição e à estratégia de guerra total que esta implica, na base de priorizar a saída política para o conflito social e armado, no entendimento de que a paz da Colômbia vamos construí-la cimentando-a sobre a justiça social, sólidos princípios de soberania, costumes transparentes e includentes e no respeito integral aos direitos humanos por parte do Estado.

Nossos votos são pela unidade das lutas populares latino-americanas, sempre guiadas pelo farol bolivariano de constituir-nos numa grande nação.

Saudamos todos os colombianos que crêem e lutam por uma nova Colômbia, pujante, orgulhosamente soberana, democráticas e justa na distribuição das suas possibilidades.

Saudamos todos os presos políticos e prisioneiros de guerra, encabeçados por Simón Trinidade e Sonia, que nos cárceres do império dão lições de dignidade aos que crêem que o dinheiro e a traição estão acima das convicções revolucionárias. Para mudar o rumo e reconciliar a família colombiana, exortamos o povo a que lute; à oligarquia, sensatez. A todos, feliz 2006.

Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
Exército do Povo.

Montanhas da Colômbia, Dezembro/2005 -Janeiro/2006

Estes documentos encontram-se em http://resistir.info/ .

Com Uribe não haverá intercâmbio humanitário

por FARC-EP
O principal obstáculo enfrentado pelo Acordo Humanitário é a ausência de vontade política do actual Presidente da Colômbia. Não é um segredo que durante mais de três anos Uribe apostou tudo no resgate militar dos prisioneiros, e nesta tentativa utilizou todo o poder bélico do Estado e os milhares de milhões de dólares dados pelo governo dos Estados Unidos, sem resultados favoráveis. Foi precisamente a sua insensatez que forçou o lamentável desenlace das montanhas de Urrao, onde morreram o governador de Antioquia e o ex-ministro da Defesa Echeverri Mejía, entre outros. Verificamos que no seu afã de explorar eleitoralmente uma iniciativa dos países facilitadores do acordo de troca, que ainda não conhecemos, lançou no despenhadeiro todo um esforço diplomático. Ao mesmo tempo que lamentamos esta atitude precipitada e ligeira do Presidente, reconhecemos os bons ofícios dos governos da França, Suíça e Espanha. O problema de Uribe candidato é que pretende "empalhar" todo o mundo com sofismas e falsas humildades. Afirmar, como o fez em Vista Hermosa, que os cultivos ilegais da Macarena pertencem às FARC e declarar a guerra à população civil através dos media é um acto reprovável que se destina só a distrair a atenção do país quanto ao estrondoso fracasso da sua política de Seguridad Democrática, com inocultáveis propósitos eleitoreiros. Estamos há anos à procura de um acordo humanitário de troca para que os cativos em poder das partes saiam dos cárceres e das montanhas e se reencontrem com os seus, mas nem em Pastraña nem em Uribe encontrámos reciprocidade. Nenhum gesto conseguimos arrancar do governo quando, por vontade própria, libertámos mais de 300 militares e polícias, prisioneiros de guerra. O senhor Uribe, apesar dos resultados melancólicos do Plano Patriota, parece continuar obstinado no resgate a sangue e fogo. Dirige-se às FARC como se se tratasse de uma guerrilha derrotada, interpõe abismos desqualificando o adversário e atravessa escolhos insalváveis como a extradição de Simón e Sonia para os Estados Unidos. Está claro que com Uribe não haverá intercâmbio humanitário. O país necessita um Presidente com vontade política, não só para a troca como para pactuar com a insurgência e com a participação do povo a solução do conflito na base de mudanças estruturais no social, económico, político e outras ordens, em benefício das maiorias. Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP

Montanhas da Colômbia, 29 de Dezembro de 2005

Aprendendo a analisar

Quando um desempregado consegue arranjar um emprego numa sociedade onde os salários em geral são baixíssimos, o nível de desemprego altíssimo, o nível de consciência política é quase nulo e o nível de religiosidade impressionantemente alto é natural que esse ex-desempregado se encha de felicidade. Mas, será mesmo motivo de felicidade, analisando-se profundamente, em todos os seus aspectos essa questão?

Responda rápido

Qual crime causa mais danos a um maior número de pessoas, o crime de roubar um produto alimentício de um supermercado para saciar a fome ou o crime de corrupção na política?

02 janeiro, 2006

Caminho para a revolução do proletariado

Penso que a esquerda revolucionária deveria definir suas estratégias e táticas de ação tomando como base (e nelas se apoiando) as análises ingênuas que faz a grande maioria dos trabalhadores pobres sobre os fatos políticos, sem, é claro perder suas características de vanguarda, de direção do movimento dos explorados do mundo capitalista. Uma mesclagem desse tipo faria com que a esquerda revolucionária andasse passo a passo, ombro a ombro com os pobres e a revolução do proletariado floresceria de forma rápida e desburocratizada.

Eleições 2006

Qualquer que seja o resultado da eleição presidencial deste ano. Ganhe que partido ganhar, que candidato ganhar, os pobres serão os grandes perdedores. Só há um caminho para a vitória da massa de trabalhadores pobres do mundo: a derrubada pela força do poder burguês por meio de um levante dos explorados, contra todas as instituições que a compõem, inclusive a instituição das eleições. Derrotar o estado, o regime e o governo burgueses é a única forma de construirmos um mundo melhor para se viver e pessoas verdadeiramente livres, conscientes e felizes.

Hipocrisia X democracia burguesa

No mundo capitalista jamais haverá a verdadeira democracia apenas a hipocrisia que no mundo capitalista, falsamente, chamam de diplomacia.

Despeito

Existem pessoas medíocres que criticam a nós revolucionários, chamam-nos de inconseqüentes, sonhadores e outros adjetivos para nos desqualificarem, porém não se apercebem na maioria das vezes que baseiam suas críticas em seus próprios interesses, caráter, fraquezas, covardia e fracasso como seres humanos como que querendo rebaixar-nos ao nível de si próprias aumentando nossos defeitos e minimizando nossas qualidades revolucionárias, como que não se conformando que possa haver pessoas autruístas e com a coragem de dar a própria vida por um mundo mais justo e fraterno. Não fossem essas pessoas obstaculizando com seus comentários infundados e destrutivos que, na verdade revelam um grande despeito por não conseguirem ou não quererem ser iguais, esse mundo melhor chegaria muito mais rápido.

Por um mundo melhor para se viver

A classe rica jamais entregará o poder à classe pobre pela via pacífica, por outro lado é necessário que a classe pobre detenha o poder como única forma de criar condições de igualdade e fraternidade para a maioria da população que hoje é massacrada devido ao poder estar nas mãos da burguesia. A tomada do poder pelo proletariado é uma necessidade para que não haja mais essa divisão de classes que nada mais é que a destruição do homem pelo próprio homem.

Universidade dos EUA boicota Coca-Cola

Seg, 02 Jan - 10h07
Agência Estado

A Universidade de Michigan suspendeu as vendas de produtos da Coca-Cola em seus três campus. A instituição alega que a empresa desrespeita os direitos humanos e o meio ambiente. A Coca-Cola desmente as acusações de colaborar com grupos paramilitares na Colômbia e de agressões ambientais na Índia. A suspensão das vendas começou ontem.

Ministérios autorizam Caixa a contratar efetivos

27/12/2005
Fenae Net
Os Ministérios da Fazenda e do Planejamento autorizaram aumento do quadro de pessoal efetivo da Caixa para 2006 e 2007. A empresa conta com 69.123 empregados e poderá elevar esse número para 73.184, em 2006. Em 2007, poderá subir para 77.446. No total, são 8.323 novas contratações. A autorização foi publicada no Diário Oficial de 21 de dezembro.

01 janeiro, 2006

Dizer apenas "sou indígena" ou "venho de origens humildes ou populares" não garante nada

por James Petras entrevistado por Efrain Chury Iribarne [*]

"Obviamente há uma grande massa de pessoas pobres que não sabem bem a história, os zig-zag e medidas mediáticas de Evo. Não sabem que não apoiou os levantamentos, que apoiou Carlos Mesa e depois afastou-se das manifestações, do caminho eleitoral, etc. Assim, penso que nas massas populares há uma divisão entre o sector organizado e com consciência de classe e uma massa pobre que se identifica com a simbologia do Evo pobre".
Chury: Hoje partimos das eleições bolivianas e da transformação de Evo Morales em vencedor. Petras: Bem, há que colocá-lo um pouco em perspectiva. Não sou pessoa para comemorar actos eleitorais sem uma análise cuidadosa, pois temos sido enganados tantas vezes por tantos políticos que prometem fazer mudanças pelo povo e que, depois de serem eleitos, lhe viram as costas. Antes de mais há que analisar o facto que tantos valorizam, de ser o primeiro indígena eleito presidente. Em certo sentido é verdade, mas há que recordar que há muitos anos a Bolívia tinha um vice-presidente indígena que partilhava a presidência com um neoliberal, e que ficou no governo, apesar das medidas profundamente anti-populares Além disso temos o caso de Toledo, no Peru, lembra-se?, que punha la chomba, o chapéu indígena, cantava algumas canções e que, na verdade, se converteu no pior inimigo do povo peruano, que nunca ultrapassou os 10% de apoio nos últimos dois anos da sua presidência. Primeiro, temos o exemplo do Equador, onde o governo de Gutierrez chegou ao poder com o apoio dos indígenas, com uma ministra dos Negócios Estrangeiros indígena, tal como vários outros ministros, e acaba um governo mais pró ianque e pró Plano Colômbia que qualquer outro. Forçosamente os indígenas tinham que sair do governo, depois do próprio Gutierrez estar derrotado. Segundo: temos o exemplo de Lula, supostamente um homem do povo que, enquanto há 90 milhões de pobres no Brasil, decide pagar 15 mil milhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional, pagando inclusive com muita antecipação, em vez de melhorar as condições de vida desses pobres. Com isto quero dizer que afirmar simplesmente "sou indígena ou venho de origens humildes ou populares não garante nada". E em terceiro lugar, nos últimos dois anos, é evidente para qualquer observador que não seja cego, surdo e mudo, que o senhor Evo Morales guinou bastante à direita, opondo-se às manifestações, não participando no grande protesto que derrotou Sanchez de Lozada, que apoiou Carlos Mesa até que, em 2005, os lutadores o expulsaram e que ultimamente tem falado de um capitalismo ridículo a que chama capitalismo andino, supostamente um capitalismo mais simpático para os índios explorados da montanha. Conversou, sem o publicitar, com o embaixador americano, teve consultas com os capitalistas que lhe financiaram a campanha e que disseram que vão continuar a pagar a dívida. Diz que vai nacionalizar o petróleo e o gás, mas o seu vice-presidente diz que vai respeitar os contratos e que, simplesmente, vai aumentar o imposto sobre a extracção. Também há indicações de que ganhou apoio em Santa Cruz pactuando com os oligarcas locais, dizendo-lhes que não vai tocar nos seus interesses, etc. Deste modo, Evo Morales chega à presidência como Lula, com uma maioria esmagadora, apoiado pelos indígenas, os pobres, El Alto e também sectores da classe média e outros sectores capitalistas. Então, quem vai ser beneficiado: o povo ou os capitalistas? Onde se podem inserir os pobres: no capitalismo andino, que é a bandeira de Evo Morales e que diz que o socialismo não é para os próximos 50 ou 100 anos? Devemos ter muita cautela, creio que se trata de outro caso de centro-esquerda, tão contestado ultimamente, e apoiar os movimentos sindicais e populares que disseram a Evo que a primeira medida é convocar uma Assembleia Constituinte e nacionalizar o petróleo e o gás. Os sectores mais combativos estão à espera que estas duas coisas estejam entre as primeiras medidas. E já disseram que se não cumprir vão começar de imediato a pressionar para que se cumpra. Creio que há uma grande diferença entre o traidor Lula e Morales. Morales tem que enfrentar um sindicalismo que não vai dar grandes prazos, o que, obviamente, ele como social-democrata vai pedir, dizendo que não se pode fazer tudo de imediato, primeiro temos que reconstruir o país, não devemos assustar os investidores, etc, etc, enfim, todo o discurso oportunista. Se ele não tomar o caminho indicado pelos resultados eleitorais e pelas promessas que fez, o povo, que diferentemente do Brasil, tem uma vanguarda, uma massa, tem de o enfrentar fora do Parlamento. Em que medida as massas bolivianas vão dizer que não há que esperar?, essa é a pergunta. No entanto, há que assinalar que as forças populares não deram a Evo Morales um cheque em branco. Os jornais progressistas podem hoje celebrar, mas o povo organizado em El Alto e as outras organizações sindicais terão um apoio crítico, não um apoio incondicional para que ele faça o que lhe der na gana e enviaram uma mensagem aos deputados que não são de origem popular, classe média, psicólogos, médicos, advogados e que estas gente deve levar em conta e não dar resposta à sua origem de classe. Chury: Então, quer dizer que é cedo para uma análise, mas que o povo boliviano vai estar muito atento aos caminhos que Evo Morales possa seguir. Petras: Exactamente. Pelo menos o povo organizado, o povo mais consciente. Obviamente há uma grande massa de pessoas pobres que não sabe bem a história, que não conhecem os zig-zag e as medidas conciliadoras de Evo. Não sabem que não apoiou os levantamentos, que apoiou Carlos Mesa e depois repudiou as manifestações, o caminho eleitoral, etc. Acredito que nas massas populares há uma divisão entre o sector organizado e com consciência de classe e uma massa pobre que se identifica com a simbologia do Evo pobre indígena e não conhece o passado questionável de Evo. Por isso, se Evo chega ao poder e não cumprir com as promessas e começar uma prolongada negociação para aumentar os impostos às transnacionais petrolíferas, creio que a grande dúvida é se a vanguarda sindical e a consciência de classe poderá mobilizar os outros sectores populares para o pressionar ao cumprimento das promessas. Imagino que o discurso de Evo vai ser "dêem-me tempo, dêem-me tempo", para evitar pressões do campo popular e da esquerda, para que se possa regatear com os capitalistas e por a sua casa numa situação mais estável com as transnacionais. Em Janeiro vamos saber a verdadeira eleição: se Evo escolhe o caminho do povo ou escolhe o caminho do capitalismo andino. Chury: Petras, e o surpreendente pagamento de Kirchner ao Fundo Monetário Internacional? Sim, é o mesmo que fez Lula. Há duas coisas a dizer de forma muito clara: o povo, os operários, os pobres, os desempregados, muitas vezes, mil vezes, receberam dos governos de Lula e de Kirchner a mensagem de que não há dinheiro para aumentar o salário mínimo, não há dinheiro para financiar a educação, a saúde e os investimentos públicos. É sempre o mesmo discurso e, de repente, sacam 15 mil milhões do Brasil e 10 mil milhões da Argentina e pagam a dívida com dois anos de antecipação, o que não era nenhuma obrigação, quando têm tanta pobreza e tantos problemas adiados. Porque dispõem agora do dinheiro que durante tantos anos negaram ter? E porque põem como prioridade não só pagar a dívida, como pagá-la antecipadamente? E depois vão dizer "pagámos a dívida, agora não temos dinheiro para vós". É um argumento muito idiota, de que pagaram a dívida para se libertarem do Fundo Monetário, o que é libertarem-se pondo nos cofres do banco o dinheiro que faltava no banco? É que aqui nos Estados Unidos está-se a rever o orçamento para financiar o Fundo Monetário, isto é, o FMI estava à procura do dinheiro para compensar o que os EUA não lhe vão dar e estes generosos presidentes – generosos para com os banqueiros – descobrem que têm dinheiro para o Banco, para ajudar os banqueiros a financiar outras burlas no mundo. Chury: Vamos ao Chile, já que estamos na região. Não é de esperar que haja mudanças profundas, ganhe quem ganhar a segunda volta, quanto à política económica e social. Ganhe Bachelet ou outro liberal, deve ser mais ou menos o mesmo. Petras: Sim, é igual. Não há qualquer indicação de que qualquer dos dois candidatos vá fazer uma rectificação. Creio que estão ambos comprometidos com o ultra liberalismo, impunidade dos militares; vão manter as desigualdades, vão continuar a isentar de impostos o grande capital, etc. No que há alguma diferença é na base social de apoio, pois a concertação tem mais apoio popular e a direita mais apoio na classe média, média baixa, etc, mas têm os mesmos programas e políticas. Inclusive a campanha é uma farsa, com os dois muito inflamados, a insultarem-se um ao outro e, no final vão-se abraçar e beijar. Agora, o Partido Comunista tem 5% dos votos e decide dar o apoio a Bachelet a troco de algumas reivindicações eleitorais, algum aumento do salário mínimo. Creio que Bachelet pode assinar um documento e depois marimbar-se, pô-lo na fila de espera, como se costuma dizer. Creio que o problema do Chile é que os dois partidos, as duas coligações não apresentam qualquer diferença. Ambos afirmam que o sistema de pensões está a fracassar, a baixar as pensões e a prejudicar os reformados e ambos estão a criticar a alta percentagem de pobreza, de pessoas que vive precariamente, mas o que é que oferecem? Mais do mesmo: mais mercado, maior influência dos grandes capitais, etc. Creio que é pseudo socialismo. Há que compreender – e quero dizer isto – que os chilenos gastam mais, per capita, com os militares que qualquer outro país nas Américas, incluindo os países da América Central, com o Brasil e a Colômbia incluídos. Em segundo lugar, o exército chileno, com os socialistas no poder, está a reprimir no Haiti e o Chile assinou um Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos. Mais ainda, poderíamos poderíamos dizer que o Chile tem a pior situação para os assalariados rurais, a pior situação de negociação colectiva para os sindicatos e que é o país, entre o Brasil e o México, que tem as piores desigualdades de classe, pelo que o socialismo chileno é como o de Tony Blair: fala do povo e trabalha para o capital. Chury: Faltam-nos dois minutos e queria perguntar-te que repercussão teve nos últimos dias a declaração do chefe de Estado do Irão acerca de Israel, que tanta celeuma levantou. Petras: São comentários extremistas e por isso devemos condená-los, mas a questão central deste assunto são as declarações bélicas, a preparação da guerra que estão a fazer os oficiais israelitas, inclusivamente o senhor Sharon marca uma data para atacar militarmente e provocar uma conflagração em todo o Médio Oriente. Poderíamos criticar e devemos criticar algumas expressões do presidente do Irão, mas não nos enganemos, na verdade o mais grave são as ameaças de guerra e ataque dos Estados Unidos e Israel contra o Irão, o que iria precipitar uma nova guerra, cinco vezes mais grave que a do Iraque. Isso parece-me o mais grave, mas enquanto fazemos as nossas críticas ao ataques verbais, devemos concentrar mais as nossas críticas em Israel e nos EUA, pela sua preparação material da guerra. Chury: James Petras, como sempre o agradecimento e um grande abraço a partir de Montevideo. Petras: Quero enviar os meus votos de Natal. Não sei, mas nós, os marxistas e ateus, sempre celebramos o Natal como uma grande festa do povo, bebemos um bom vinho, temos um assado, salada e muitas sobremesas. Desejo que todos os uruguaios, de todas as condições, possam ter um assado e prepará-lo com todos os amigos, vizinhos e familiares. Eu vou brindar pelo povo uruguaio e o meu grande amigo Chury. Chury: Muito bem, os votos são recíprocos. Desejamos que passes um bom Natal com toda a tua família. Um grande abraço. Petras: Obrigado, adeus.
19/Dezembro/2005 [*] da CX36 Radio Centenário, Uruguai. O original encontra-se em http://www.rebelion.org/noticia.php?id=24466 Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .