AGORA É GREVE!

Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!

NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS


GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!

08 novembro, 2006

As traições da Contraf/CUT

Desde que se iniciou era Lula, a categoria tem feito grandes greves que fogem ao controle dos sindicatos e desafiam os limites estabelecidos pela tróica sindicato-banqueiros-governo. Isso tem se repetido nos últimos quatro anos, ora com mais força ora com mais “calma”, como foi a greve deste ano que se mostrou tranqüila, mas muito forte.
E se de um lado a categoria vem realizando essas lutas incríveis, do outro a direção do movimento vem tentando derrotar os bancários para desmoralizar o movimento e colocá-lo sob seu controle. O fato é que a cada ano a traição fica maior e mais descarada.
O desenrolar da campanha salarial deste ano fez a categoria assistir ao ressurgimento dos métodos pelegos em todos os aspectos.
Primeiro foi com relação ao calendário, pois o Comando Nacional da Contraf/CUT tinha a clara intenção de só fazer algum movimento após o primeiro turno das eleições. Naquele momento Lula estava com um índice muito alto nas pesquisas e todos davam como certo sua reeleição no 1º turno.
A CUT estava claramente fazendo campanha para o Lula, bastava entrar no sitio daquela central e ver explicito o apoio ao governo. Também nos sindicatos ligados àquela central eram correntes as propagandas nos materiais informativos das entidades, inclusive enviando correspondências às casas dos sócios dos sindicatos.
Mas não era na propaganda que se limitava o apoio, nas greves que estavam sendo construídas os trabalhadores viam seus sindicatos fazerem de tudo contra a categoria que estava em luta.
Foi assim que a categoria sentindo que antes das eleições poderia fazer uma greve e conquistar, com mais facilidade, um bom acordo. Começou uma greve antes das eleições, dia 26/09, que se alastrou e se tornou realidade na esmagadora maioria do país.
Enquanto isso, o Comando Nacional mantinha sua orientação de só se fazer uma assembléia em 04/10 para discutir o que fazer. Nos sítios da Contra/CUT e dos sindicatos cutistas não se falava nada sobre a greve em outros estados, enquanto toda a categoria já sabia que isso estava ocorrendo.
Em alguns sindicatos foram feitos abaixo assinados para assembléia como em São Paulo onde a Oposição fez dois abaixo assinados. Em alguns lugares a diretoria se recusou a receber o abaixo assinado, como em Fortaleza onde a diretoria fechou a porta, apagou a luz e fingiu que não tinha ninguém para receber o abaixo assinado.
Em outros lugares, como Curitiba, a diretoria gastou quase todo o tempo da assembléia atacando os bancários que fizeram o abaixo assinado, e elogiou o Comando Nacional que ignorava a greve da categoria.
Estes episódios demonstram bem o grau de degeneração dessa direção da CUT e como o movimento sofre para superar os problemas e enfrentar os patrões.
Com o advento do 2º turno era evidente que o governo ficou preocupado com a greve nacional e buscava um acordo par acabar com a greve. Havia condições de se alcançar uma proposta para o BB e a CEF que poderia ser referência para toda a categoria.
Mais uma vez ficou patente que a política de mesa única representa uma contrariedade aos interesses dos bancários dos bancos públicos federais. Enquanto o governo tinha essa disposição a Contraf/CUT segurava as negociações esperando que os banqueiros oferecessem alguma coisa mais próxima do BB e da CEF para poderem fechar um acordo junto na mesa única.
Para fazer uma proposta mais próxima da realidade da Fenaban, a CEF e o BB fizeram uma proposta aquém do que poderiam dar e muito mais aquém da greve que estava ocorrendo.
Por outro lado, é preciso deixar claro que a Contraf/CUT estava tramando uma derrota para os que saíram em greve “sem sua autorização”, e esperavam fechar o acordo rápido sem se preocupar com os dias parados. Foi em São Paulo que isso ficou bem claro quando a Oposição propôs que não se aceitasse um acordo sem a anistia dos dias parados e o sindicato enrolou muito para votar isso votando depois por unanimidade, e no dia seguinte defendeu assinar um acordo sem a anistia dos dias parados.
A greve estava muito forte e elles tentavam todo o tempo acabar com o movimento boicotando os piquetes e esperando as assembléias mais fracas para desmoralizar a categoria. Quando veio a proposta elles acreditavam que poderiam acabar com a greve e foram para as assembléias, em todo o país, para defendê-la e votar o fim do movimento.
Foram surpreendidos com a categoria que se recusou a aceitar o rebaixado acordo e votou pela continuidade da greve. Todos sabiam que era possível conquistar uma proposta melhor.
E foi então que a categoria assistiu al golpe mais baixo que se viu nos últimos tempos. A CEF e o BB orientavam claramente os gerentes e fura greves a irem para as assembléias, enquanto os sindicatos ficavam em silêncio e nem avisam direito a categoria sobre a assembléia e a votação, de novo, da mesma proposta já rejeitada.
Imaginem que uma assembléia, sem novidades em termos de proposta, ocorrendo nas vésperas de um feriado e com a categoria desinformada sobre o que se votaria na assembléia, não seria uma assembléia representativa dos que estavam em greve. Mas, a presença dos fura greves foi um elemento que desequilibrou de vez e colocaria um fim ao movimento.
Os sindicatos poderiam se recuar a colocar em votação a proposta já rejeitada, não só pelo fato de que a presença maior era de fura greves, como pelo fato de que não se havia novidades em termos de propostas e a greve se mantinha muito forte em todo o país. Mas, os sindicatos não vacilaram em se unir aos gerentes e fura greve e acabar com a greve.
Um golpe que causou indignação em todos que estavam presentes nas assembléias pela traição descarada dos sindicatos. Ainda que os gerentes e furta greves estivessem a mando da direção do banco eles foram apenas usados, mas era realmente os sindicatos quem estavam cometendo a maior traição.

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