AGORA É GREVE!

Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!

NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS


GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!

14 outubro, 2010

Crônica de uma morte anunciada

Uma bela crônica do ativista Wilson Ribeiro da oposição bancária de São Paulo que vale a pena ler, sobre o desmonte anunciado da greve.


Noite fria em São Paulo, corações quentes acelerados pela presença de muitos gerentes que chegavam em bandos. Vários grevistas davam informes que o sindicato havia passado nas agências convidando os gerentes a virem para a assembléia (não bastava o operativo da Caixa).

A mesa informa que havia 539 credenciados?! A quadra estava lotada, dava para ver mais de 1000 pessoas.

A Articulação se prestou a defender a proposta usando argumentos insólitos. Como defender a pior proposta da categoria na base onde ocorreu a greve mais forte?

Muitos grevistas se ausentaram da assembleia. Seria o desanimo com a direção, o desencanto com o movimento, talvez o frio? Deve ter sido o pijama mesmo e a convicção de que nao valia a pena tira-lo para ir numa assembleia em que a direção estava jogando contra o movimento.

A CTB se absteve de defender a proposta. A Intersindical se postou contrária, diferente do que fez na assembleia dos privados, onde o acordo foi apovado por unanimidade e no Comando Nacional onde foram a favor da proposta.

Três falas se posicionaram contra a proposta: O MNOB foi o primeiro, enfatizando que a greve forte, a conjuntura favoravel pelo fato do desespero do governo em eleger sua candidata, os lucros atissimos e os demais acordos ja apresentados eram demonstração de que poderia haver por onde melhorar a proposta.

Em seguida falaram os grupos Bancarios de Base e Intersindical.

A mesa era só manobra. Nada estranho numa assembleia que ao inves de ocorrer as 16 horas aconteceu as 19:30hs. Mas, o exagero sempre cobrará seu preço. O dirigente da mesa chegou a anunciar que Brasilia e Rio de Janeiro tinham encerrado a greve. Mentira, no Rio a greve continuava.

O impressionante era a disposição dos grevistas presentes que, em sua amplissima maioria queriam continuar a greve e votaram firmes na rejeição da proposta.

A presença dos gerentes foi decisiva para acabar com a greve na Caixa.

Nada diferente do que ja vinha sendo anunciado na maioria das assembleias do país. Uma greve forte, em uma conjuntura favoravel, que poderia arrancar VERDADEIRAS conquistas históricas, como a isonomia ou a reposição das perdas, mas que foi sendo derrotada pela política governista da CUT.

O MNOB tem orgulho de ter defendido contra essas propostas rebaixadas e ter sido aguerrido na luta contra a burocracia de norte a sul neste país. Embora a greve esteja acabando, visto que agora ela está agonizando em alguns pontos isolados pelo país, a categoria não sai desmorlisada, ao contrario, o que vemos é um sentimento de raiva contra a direção que traiu a esperança de uma vitória certa.

As Oposições se fortaleceram e novos embates acontecerão no futuro. A morte desta greve não será em vão e a CUT não perde por esperar, seu dia está prestes a chegar.

Agora, é realizar as reuniões de balanço e afiar as facas para as eleições que virão. Duas ja estão em curso: Associações do BASA e do BNB, ainda no final deste ano. Outras virão na sequencia, dentre elas a mais importante de todas - o sindicato de São Paulo.


Abraço a todos,


Até a próxima primavera,


Wilson Ribeiro

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