Erra feio quem pensa a Contraf/CUT não representar mais qualquer dos segmentos da categoria bancária. Quem assim raciocina precisa prestar atenção no modo como age nos locais de trabalho a faixa nobre dos bancários hierarquizada, cuja faixa abarca dos altos escalões de administração dos bancos até o gerente da agência bem ali na esquina, rua ou avenida próxima.
Ressalvadas as raras e honrosas exceções, como bons feitores, essa faixa dos bancários demonstra ajuste de banda larga em sintonia fina com o pensamento do patrão, banqueiro privado ou governo. Então entra em cena a Contraf/CUT, que representa essa casta de bancário(a)s.
Afinadíssima com eles, a Contraf/CUT entabula suas estratégias e organização como régua e compasso do atual governo, que pratica a mesma política econômica do governo FHC. Por aí se explica a Contraf/CUT não priorizar a luta pela recomposição dos salários e sim pela PLR não linear, que privilegia o alto escalão e os cargos gerenciais.
E o que dizer da política econômica, senão que uma “herança maldita” agora a destinar mais de duas vezes anualmente para o ramo financeiro (R$ 127 bi) o que gasta nos programas sociais do Bolsa-Família (R$ 55 bi)?
É talvez por essas e outras razões que foram inventadas as mesas permanentes de negociação, que desossaram os debates próprios dos períodos de mobilização pelas campanhas salariais, deixando-nos apenas a fazer greves por pífios reajustes reais acima da inflação sem buscar as perdas acumuladas no período de FHC.
Mesas permanentes que em nada resolvem as questões do dia-a-dia do bancário, apenas afastam da data-base da categoria, período das grandes mobilizações e greves, a possibilidade de resolução dos problemas da falta de isonomia, dos baixos salários, das metas abusivas e da necessidade de mais bancários nos locais de trabalho.
Bom, mas pelo menos por serem permanentes, as mesas se prestam ao contato afável e a troca de idéias dos representantes do setor nobre dos bancários, no caso a Contraf/CUT, com as cúpulas patronais, sejam banqueiros privados ou governo. E por que não reconhecer: há sim convergência de idéias entre as partes que o velho Marx apelidou de Capital e Trabalho.
E, pode até parecer incrível, mas há mesmo a conciliação de interesses, principalmente no tocante aos altruístas interesses eleitorais que a cada dois anos vêm à tona. Mas, diga-se de passagem, as contas prestadas no TSE estão aí para provar que os banqueiros não têm se negado em serem os maiores financistas das campanhas eleitorais, seja do PT ou do PSDB. Ora e por que haveriam de se negarem, se para os banqueiros qualquer dos dois lados da moeda lhes têm servido bem?
A oposição Bancária de Mogi das Cruzes e região tem por objetivos, juntamente com a Oposição Bancária Nacional, resgatar a autonomia e independência frente a governos, partidos e patrões, há muito deixados de lado pelo movimento sindical da CUT e colocar novamente os sindicatos a favor da luta dos trabalhadores.
AGORA É GREVE!
Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!
NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS
GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!
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