AGORA É GREVE!

Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!

NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS


GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!

08 fevereiro, 2006

Porque tanto medo?

Maria de Fátima Guimarães escreveu:
Caros colegas, Estou lhes enviando esse poema por que é muito significativo, especialmente no momento em que nós, funcionários da Nossa Caixa estamos vivendo. É também para divulgar o trabalho da dra. Margarida Barreto, médica do trabalho que estudou e publicou diversos trabalhos sobre assédio moral, inclusive com os bancários do Banespa no processo de privatização. Quem quiser conhecer mais, o site é www.assediomoral.org

Violência: pare e pense!

Quando demitiram os negros, eu não era negro e não fiz nada.

Quando demitiram os adoecidos e acidentados do trabalho, eu não era adoecido do trabalho, porque iria defende-los?

Quando demitiram as mulheres, eu não era mulher. Ia fazer o que?

Quando demitiram os mais velhos, eu não era velho e não fiz nada.

Quando vieram contra meus colegas de trabalho, o assunto não me dizia respeito e nada fiz. Calado fiquei.

Finalmente, quando vieram contra mim... Ninguém me defendeu!

Aquele que nunca sofreu qualquer tipo de violência sempre pensará que o sofrimento do outro não é grande coisa, que é exagero. Alguns até acham que a violência moral, as discriminações e o racismo não existem! Que não existe discriminação contra os negros, contra as mulheres, os doentes, os acidentados do trabalho, os desempregados, os favelados, os sem teto, os sem terra... E assim seguimos e fazemos todos os dias: desprezamos ou diminuímos o sofrimento alheio. Não dando atenção à dor do outro nos condenamos a sofrer em silêncio a nossa própria dor. O nosso silêncio favorece os opressores e nos faz cúmplices. Quem, por medo, se cala, De alguma forma, concorda com o tirano. E tudo parece muito normal, tão normal quanto sofrido e solitário. E as injustiças são banalizadas. Quem sabe, aquelas frases ditas anteriormente poderiam ser reescritas assim? Quando vieram contra os negros, eu nada fiz. Pois em meu silencio, eu também era contra os negros. Quando vieram contra os adoecidos e acidentados do trabalho eu não era adoecido e fiquei em silencio. Na verdade, eu era contra aqueles que adoeciam, pois eu achava que eles fingiam. Quando vieram contra as mulheres, eu não era mulher e permaneci em silencio. Eu era contra as mulheres. Quando vieram contra os desempregados, eu não era desempregado e não fiz nada e, calado, também eu era contra os desempregados. Quando vieram contra os analfabetos, os favelados, os sem teto e os sem terra, não fiz nada e, em silencio, também eu era contra os favelados, os sem teto e sem terra. Quando vieram contra mim, ninguém me defendeu, usaram o silêncio e a indiferença para apoiar meus inimigos. Talvez uma lição a ser aprendida: o que nos faz iguais é que somos, todos, diferentes uns dos outros. Então, reflitam: de onde vem esse medo de ser diferente? Por que permanecemos em silêncio? Porque nos submetemos? Porque nos calamos ante as injustiças? Por que aceitamos os desmandos e abuso de poder? Por que nos resignamos a viver fechados e solitários e tratamos o outro com frieza e indiferença? Por que ignoramos a positividade da sociabilidade? Porque abrimos mão de nossa liberdade e nos sujeitamos ao tirano? Por que nos identificamos e até acreditamos nas tagarelices televisivas? Por que tanto medo? Por que? por que? Pensem nisso.

(Inspirado no filme: "Olhos azuis" de Jane Elliott) M. Barreto

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