AGORA É GREVE!

Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!

NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS


GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!

10 setembro, 2007

Em busca da autonomia operária

Depois de ler essa matéria publicada no jornal Correio Brasiliense, concluo que é mais sensato acreditar que os funcionários do BB tenham sido mal informados durante o processo eleitoral e que também a eleição (eletrônica e sob total controle do banco) tenha sido fraudada. Os funcionários, em sã consciencia, jamais aprovariam as alterações que foram feitas no estatuto da Cassi. O mais triste é saber que esse golpe contra os trabalhadores foi feito com a cumplicidade dos sindicatos filiados à CUT e Contec.

Hoje, após a experiência histórica e desastrosa com o PT e com a CUT, o que resta aos trabalhadores é construirmos nossos próprios foruns autônomos de decisão e organização da luta onde prevaleçam a democracia direta e o repudio à "democracia" representativa. Não é de hoje que a instituição sindicato se enquadra entre as instituições capitalistas ao lado do Estado, dos partidos políticos, das empresas, dos governos e da igreja.

A matéria do Correio Brasiense sobre o que fizeram com a Cassi, bem como todas as traições e peleguismos sindicais, nos confirma a tese de que os trabalhadores precisam buscar a "Autonomia Operária" como forma embrionária de uma futura organização social justa e igualitária.

Mauro

Por Leonel Rocha - Correio Braziliense
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> Depois de uma longa campanha, o Banco do Brasil conseguiu alterar o estatuto da Caixa de Assistência dos seus 80 mil funcionários e de 60 mil aposentados para dividir com eles eventuais futuros prejuízos que venham a ser registrados pela Cassi. O novo estatuto foi registrado ontem no cartório do 1º ofício de registro civil de Brasília e começará a vigorar em janeiro do próximo ano. A mudança altera o artigo 9º da regra antiga que isentava os bancários do BB, "direta ou subsidiariamente", pelas obrigações da Caixa de Assistência.
>
> Além de passarem a ter co-responsabilidade nos resultados futuros
> da Cassi, as alterações obrigam os funcionários a pagar 10% sobre o valor dos exames médicos e terapias realizadas sem internação
> hospitalar. Ficou mantido o percentual de 30% sobre o valor das
tabelas de preços de consultas pago hoje pelos trabalhadores. Os
percentuais de contribuição para a caixa ficaram unificados em 3% para os funcionários e aposentados e 4,5% da parte do BB. Pelo estatuto antigo, as contribuições eram paritárias de 3% para os funcionários e o BB (veja quadro).
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> Para conseguir alterar o estatuto, a direção do BB se comprometeu a repassar à Cassi R$ 300 milhões referentes a contribuições antigas e não recolhidas. Desse total, metade será repassada em um só pagamento ainda este ano. O restante será pago em três parcelas de R$ 50 mil a cada ano. O pagamento servirá para sanear a caixa de assistência que registrou um prejuízo de R$ 112 milhões no balanço de 2006. "As mudanças visam garantir a sustentabilidade do plano de assistência médica", disse o vice-presidente de gestão de pessoas e relações com os funcionários, Luiz Oswaldo de Souza.
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> As modificações foram aprovadas pelos funcionários e aposentados em eleições realizadas pela intranet entre os dias 8 e 21 de agosto. O BB mantém dois planos de assistência médica. O mais antigo, plano de Associados, é deficitário e o causador dos prejuízos da Cassi. O outro plano, Cassi Família, é superavitário e a contribuição é exclusiva dos trabalhadores e depende do número de dependentes e da faixa salarial. A Cassi hoje tem 400 mil associados. Do total, 140 mil são funcionários.
>
> A alteração no estatuto provocou uma briga política entre os
> dirigentes da Cassi e os diretores do BB. O registro recebeu um
parecer negativo do cartório que alegou desobediência ao Código Civil e à falta de clareza sobre os direitos e deveres dos associados. O BB teve dificuldades para encontrar advogados da Cassi e do próprio banco para "vistar" as páginas do documento no cartório. O banco despachou executivos da instituição para convencer o responsável pelo cartório de que o novo texto é legal. A mudança no estatuto causou uma crise na diretoria da Cassi e deve provocar a substituição do diretor-superintendente da entidade, Sérgio de Oliveira.
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> Alterações - principais mudanças no estatuto da Cassi
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> 1 Os associados passam a ter co-responsabilidade jurídica em caso de insolvência da entidade.
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> 2 O percentual de contribuição dos funcionários fica limitado a 3% sobre o salário bruto. O BB vai contribuir com 4,5% de todos os 13 salários.
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> 3 Associados passam a pagar 10% dos valores dos exames e terapias
> não vinculados à internação hospitalar, limitados a 1/24 do salário bruto a partir de janeiro de 2008. As transfusões de sangue,
> radioterapia, quimioterapia, hemodiálise, oxigenoterapia
hiperbárica, doenças do trabalho, tratamentos e cirurgias ambulatoriais e tratamento de deficientes ficam isentos de participação.
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> 4 O BB vai pagar R$ 150 milhões à Cassi, referentes à metade da
> dívida do banco com a caixa de assistência. Outros R$ 150 milhões serão pagos em três anos.

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