AGORA É GREVE!

Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!

NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS


GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!

03 janeiro, 2006

Saudação das FARC-EP no ano de 2006

Ano novo 2006, saudação das FARC-EP: paremos o pêndulo, mudemos o rumo do país! Saudamos o povo colombiano pelo ano novo. Na nossa tradição são dias em que costumamos fazer recapitulações, projecções e propósitos. Ao terminar o ano 2005, a fractura social colombiana é mais profunda apesar dos esforços por maquilhar a crise, ao pretender-se inutilmente disfarçar biscate como "emprego", o lucro dos banqueiros como "bonança generalizada", a genuflexão perante os gringos como "colaboração", a violência terrorista do Estado como "segurança para todos", a impunidade em favor do vicariato narco paramilitar como "reconciliação", ou o corrupto e ardiloso processo que aprovou a reeleição como se fosse "uma mudança democrática dos costumes políticos no país".

Mas o balanço do ano 2005 brinda-nos conclusões não só destes 12 meses como do período já gasto pelo regime de Uribe, e sobre vários dos governos oligárquicos anteriores. Há rumos e políticas continuístas que fazem crise. As estratégias deste e dos anteriores governos, sustentadas basicamente sobre o pressuposto de garantir os mais altos lucros ao capital financeiro nacional e internacional, a grandes proprietários e latifundiários a custa do bem estar da maioria dos colombianos, são o caldo de cultivo de maiores e mais dramáticas confrontações no futuro imediato.

A generalização da guerra fratricida que sacode o país, a multiplicação dos combates apesar das fabulosas quantidades de dinheiro investidas no mal chamado "Plano Patriota", o número de vítimas fatais que cresce com o correr dos dias, não se podem ocultar com o enterro clandestino de soldados e polícias, nem com a manipulação da imprensa.

Todos queremos, ou dizemos, procurar a paz. Mas o país foi mantido enganado, a partir do poder, com esse pêndulo terrível que devemos parar e descartar: a oligarquia e seus meios criadores de "opinião" oscilam entre a "pax romana", produto da guerra total, e a paz dialogada, produto de uma mesa de rendição incondicional da insurgência, sem tocar seus privilégios, nem as causas estruturais económicas, sociais e políticas geradoras do conflito. Isso não funciona com a insurgência autêntica e enraizada no seu povo. São fórmulas esgotadas por um fascismo cínico cujo único objectivo foi desmobilizar e conter as lutas populares mais combativas. Com o povo, o seu feitiço logo deixará de funcionar.

O ano 2006 anuncia-se intenso em lutas sociais e políticas, pois a recusa dos postulados do TLC é muito ampla, o fracasso da guerra uribista e das amanhadas eleições presidenciais continuarão a polarizar os colombianos entre as poderosas minorias que respaldam a reeleição com a sua violenta estratégia neoliberal como bandeira e as imensas maiorias como vítimas das políticas oficiais. A perspectiva política e eleitoral do ano que principia obriga os colombianos a escolher: ou manter o rumo actual rumo às trevas do fascismo e a devastação, ou buscar a alvorada da reconciliação e da reconstrução nacional. Por isso pensamos que se a maioria quisesse que estancasse definitivamente o intercâmbio humanitário, que se descartasse a busca da solução política, que se aprofundasse a crise social, que continuem a vender o património público e a dignidade aos pedaços, que aumentem os impostos e reduzam-se as pensões, que continuem a fumigar, que continuem as detenções maciças para o pobres e a segurança para os passeantes ricos; se o povo quisesse tudo isto, votaria pela reeleição do ditador civil de turno que é isto o que augura e promete.

Nossos votos para o ano novo são pela unidade de todas as forças que se opõem à reeleição e à estratégia de guerra total que esta implica, na base de priorizar a saída política para o conflito social e armado, no entendimento de que a paz da Colômbia vamos construí-la cimentando-a sobre a justiça social, sólidos princípios de soberania, costumes transparentes e includentes e no respeito integral aos direitos humanos por parte do Estado.

Nossos votos são pela unidade das lutas populares latino-americanas, sempre guiadas pelo farol bolivariano de constituir-nos numa grande nação.

Saudamos todos os colombianos que crêem e lutam por uma nova Colômbia, pujante, orgulhosamente soberana, democráticas e justa na distribuição das suas possibilidades.

Saudamos todos os presos políticos e prisioneiros de guerra, encabeçados por Simón Trinidade e Sonia, que nos cárceres do império dão lições de dignidade aos que crêem que o dinheiro e a traição estão acima das convicções revolucionárias. Para mudar o rumo e reconciliar a família colombiana, exortamos o povo a que lute; à oligarquia, sensatez. A todos, feliz 2006.

Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
Exército do Povo.

Montanhas da Colômbia, Dezembro/2005 -Janeiro/2006

Estes documentos encontram-se em http://resistir.info/ .

Nenhum comentário: