AGORA É GREVE!

Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!

NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS


GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!

08 novembro, 2006

Conjuntura: Governo e patrões atacam, os trabalhadores lutam e as direções sindicais traem!

O balanço de nossa campanha salarial tem que ser localizado no processo mais geral que envolve a política que o governo vem aplicando, o processo eleitoral que estava em curso durante a campanha salarial, as lutas das demais categorias e o papel da CUT traindo essas lutas para defender o governo e sua política.
O governo Lula esteve aplicando direitinho toda a política do FMI, chegou a adiantar o pagamento da dívida externa (R$ 15 bi) para dizer que se livrou do FMI e fazer sua campanha dizendo que estava superando FHC na administração do país.
Acontece que os trabalhadores sabem que o nível de vida geral não mudou para melhor, ao contrário, a miséria vem crescendo junto com o arrocho salarial, a decadência da saúde, educação e transportes públicos, além do aumento das dividas externa e interna, da dependência externa do país e da desnacionalização da economia.
A CUT cumpriu o papel de fiel escudeiro do governo e ajudou o PT a promover mais ataques aos trabalhadores, bem como protegeu o governo dos escândalos de corrupção. Até as privatizações promovidas pelo governo, como o Banco do Maranhão e o Banco do Ceará, foram completamente ignoradas pela CUT, e a própria Contraf/CUT se limitou a fazer uma nota criticando os governos estudais pela privatização quando se sabia que os bancos estavam federalizados e sob responsabilidade direta de Lula.
Na campanha salarial os bancários sabiam que as eleições seriam um bom momento para a greve, mas a Contraf/CUT só marcou uma paralisação de 24 horas no finas de setembro, quando vários sindicatos já tinham indicativo de greve por tempo indeterminado, e mesmo assim, com uma greve nacional só marcaram a greve para depois do 1º turno dividindo a greve nacional da categoria.
Isso aconteceu a outras categorias como Correios, petroleiros, metalúrgicos e funcionalismo público federal, onde em todas essas campanhas salariais a CUT boicotou a vontade da base fazendo greves fragmentadas, assinou acordos rebaixados e traiu lutas importantes que poderiam estabelecer um patamar mais elevado para as categorias que estavam entrando em luta.
Todas essas categorias são dirigidas pela CUT em nível nacional, uma unificação dessas categorias com bancários e uma greve nacional de todos colocaria a questão dos salários em evidência, pois todos veriam que o arrocho salarial é comum ao conjunto dos trabalhadores, enquanto os patrões aumentam seus lucros anualmente. Essa é a essência da política do governo Lula.
No segundo mandato de Lula a situação irá piorar muito, pois há uma crise na economia mundial que está se aproximando. O Brasil está mais dependente do mercado internacional graças à política de exportação e com uma crise mundial nosso país será afetado em cheio.
Isso é o prenuncio de que as coisas não serão as mesmas que forma no primeiro mandato, mas piores. Além, disso há todo o debate sobre as Reformas que até o NY Times anunciou que é a “única saída” do governo Lula e que deverá ser encaminhada já no ano que vem.
Essas Reformas serão uma declaração de guerra para a classe trabalhadora, que sofrerá com golpes violentos nas retiradas de direitos políticos, sociais, sindicais e trabalhistas. As Reformas irão endurecer para o lado dos trabalhadores que quiserem fazer greve facilitando a vida dos sindicatos pelegos que poderão até assinar acordo sem autorização dos trabalhadores.
As leis trabalhistas serão flexibilizadas e quaisquer dos direitos hoje assegurados poderão ser ignorados nos acordos coletivos. Por exemplo: se os banqueiros quiserem deixar de pagar nos salários os sábados, domingos e feriados eles poderão fazer um acordo neste sentido impondo que se aceite o trabalho nos fins de semana e feriado como jornada normal. Se o sindicato aceitar, o acordo é valido e não há como questionar na justiça.
Por isso, a luta dos bancários no próximo período não poderá se restringir às campanhas salariais, mas deverão ser também contras essas Reformas e se dirigir contra a política do governo Lula exigindo uma política que valorize os trabalhadores e proteja seus direitos. Se depender da CUT isso nunca irá acontecer, e temos que fortalecer a construção de Oposições contra a CUT, impulsionar a organização de base independente dos sindicatos da CUT e fortalecer a CONLUTAS como alternativa de direção nacional para organizar a luta unificada das categorias.
Neste sentido temos a proposta de participarmos ativamente nas campanhas que a CONLUTAS irá organizar contra as Reformas, que são: Os seminários regionais que deverão acontecer ainda este ano, sobre as Reformas e o Encontro Nacional que ocorrerá em Março do ano que vem para discutir uma campanha nacional contra as Reformas. Esta é uma proposta que apresentamos para nossos Encontros regionais votarem.

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